Estou em Cruzeiro do Sul. Cidade linda que leva o nome de uma constelação.
Aqui morei durante os anos de 1990 a 1993. Vim para ser irmão marista. Tinha treze anos de idade.
Fiz meu segundo grau no Instituto Santa Terezinha, das irmãs dominicanas. Um dos melhores colegios do Acre, referência nacional.
A rotina no seminário era militar. Oração, trabalho e estudo. Tudo na hora certa. Obediência total. Aprendi a ser gente. Valores altos eram ensinados e praticados.
Visitei a casa onde um dia vivi, muito intensamente. Um turbilhão de lembranças invadiu minha cabeça. Voltei ao passado, algo bem real. Os jogos, as brincadeiras, os conflitos, tudo muito vivo em mim. Ouvia vozes, via imagens.
Logo após, passeei pelas ruas que eu costuma andar, sozinho, ou melhor, muito bem acompanhado de lindas recordações.
Posso dizer que eu era um menino razoável, tinha um defeito, dentre vários, era por demais constestador, mas isso, em contrapartida, me fez desenvolver a arte da conciliação, como forma de evitar que a polêmica se degenerasse em intolerância.
Gostava de trabalhar. Eu era o jardineiro oficial, posto cobiçado por muitos, mas ninguém conseguiu tomá-lo de mim. Adorava a dama da noite, flor formosa, de cheiro divinal. O jardim, sempre impecavelmente bem cuidado. Meus amigos achavam que esse era um trabalho fácil, mas não era. Exigia dedicação e muito amor pelas plantas.
Adorava estudar. Lia de tudo. Um livro, da farta biblioteca da casa, em particular, me chamou atenção, Jesus para os Marxistas. Não custou muito para eu falar na escola das freiras de São Domingo de Gusmão, para o horror dos consevadores, que um dia eu pintaria aquele colégio de vermelho. Coisa de jovem. Sou idealista, busco o que buscava, mas por outros caminhos.
Rezava como um santo, queria até ser um, muita pretensão. Admirava São José, São Pedro e São Paulo. O primeiro por ser pai de Jesus, o segundo por ter sido o líder dos apóstolos, e o terceiro pela oratória cativante e incansável na propagação do cristianismo.
Amava também Maria, por ser a mãe de Jesus, e ter o nome da minha mãe. Não gosto que ninguém a despreza, fale mal dela, ou queira diminuir o seu tamanho. Para mim, ela sempre foi a Virgem da Conceição, a Cheia de Graça, a Rainha do Céu. De seu ventre só nasceu Jesus e mais nenhuma outra pessoa. Pouco me importa se alguns acham que ela não é nada disso.
Tenho muitas histórias para contar desse período de minha biografia. Agradeço a Deus pela memória que me deu. Oportunamente as contarei, por enquanto, já foi bom demais, essas lembranças de minha encantada constelação, que brilhou sobre minha singela mocidade.
2 comentários:
Também fui aluna do Instituto Santa Terezinha em 1975 quando cursei a 7ª série, atual 8º ano do Fundamental e tenho ótimas lembranças daquele tempo.
Na época só tínhamos 2 opções de colégios, pois a outra era o Marista, que era apenas de meninos.
Meu pai serviu no antigo 7º BEC e morávamos na Vila Militar.
Fiz grandes amizades no Instituto Santa Terezinha e gostaria muito de rever todas que ali conheci, apesar do tempo já passado.
Para mim, foi um dos melhores colégios que já frequentei em toda minha vida, pois eram irmãs determinads e muito responsáveis com o que faziam, apesar de serem na maioria alemãs.
Atualemnete estou em Maceió, mas pretendo ainda voltar a Cruzeiro do Sul e principalmente ao Instituto Santa Terezinha.
Sucesso pra vc!
Um forte abraço,
Vivianne Barbosa
Sanderson
Você é da turma do Oscar e José Sérgio de Jesus, ambos estudantes no Instituto e aspirantes a irmão marista?
Nos conhecemos eu era seminarista da congregação Espiritanos.
Responde em jose.ermani@yahoo.com.br
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