sexta-feira, 23 de maio de 2008

A morte de um vaga-lume



Há alguns dias, meu filho, de três anos, matou um vaga-lume.

Veio correndo, todo alegre, contar-me o feito.

"Olha pai, matei esse vaga-lume velho".

"Você matou por quê?"

"Porque".

"Ele estava lhe fazendo algum mal?"

"Não".

"Então não mate mais nenhum vaga-lume. Ele dá luz pra gente. Brilha a noite, como a lua. Ele é bonito. Ele é do bem".

Todos os perversos assassinos da humanidade, quando crianças, gostavam de maltratar animais. Tocar fogo no rabo do gato, enforcar o cachorro, capar sapos, matar passarinhos, sufocar moscas dentro de um copo virado sobre a mesa, além de enterrá-los com pompas, como se sepulta gente, fixando inclusive cruzes em seus túmulos.

Que fique claro. Nem todos os que fizeram isso tornaram-se assassinos, mas os pervesos assassinos já fizeram isso.

As crianças, desde cedo, precisam aprender a respeitar os animais, as plantas, tudo o que vive.

O filósofo Schopenhauer afirmava que ninguém é verdadeiramente bom se for cruel com os animais. A compaixão em relação aos animais vem da mesma fonte que a compaixão em relação as pessoas.

Pitágoras, lá Grécia Antiga, alertava: " Não permita que seus filhos matem insetos, pois é o primeiro passo ao longo de um caminho que pode levar à matança de gente".

Repreendi meu filho, com autoridade, ao recordar esses ensinamentos, pois concordo com eles.

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