sábado, 31 de dezembro de 2011

A vitória virá!

Grato meu Deus pelo ano que passou. Por tudo que ele me trouxe de aprendizagem, por tudo que ele me trouxe de evolução, de preparação.

Quero entender, meu Deus, cada dia mais teus desígnios, as tuas eternas e santas leis que regem o mundo, para estar em sintonia com o teu universo.

Que eu possa construir, meu Deus, minha casa sobre a rocha, que eu plante flores, que eu seja um instrumento do bem, do progresso, da verdade, da justiça. Que eu possa servir com competência, independência e sabedoria minha querida advocacia.

Que o ano de 2012 seja um ano de paz, de prosperidade, de saúde, de novos avanços em direção a ti, ó Grande Deus.

Aos meus amigos, aos meus familiares, aos meu leitores, aos meus queridos confrades da advocacia, desejo a todos um ano de vitórias, de conquistas, de realizações. Que sejamos felizes e cheios de vida, cheios de energia, cheios de harmonia, cheios de fraternidade! A vitória virá!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ela é parte essencial das minhas vitórias!

Bela e criativa, esposa leal, mãe carinhosa, mulher de percepção, tem um brilho diferente, que cativa amizades, aproxima pessoas, causa admiração. Assim é Neydeanne Martins Casas.

Você tem um destaque especial, uma luz própria, és uma flor de meu jardim, és uma estrela do meu céu, és a sereia do meu mar.

Que você saiba valorizar e aperfeiçoar esses dons que Deus te deu. Sou feliz por estar com você. Parabéns pelo seu aniversário, que tenhamos uma vida cada dia mais harmônica, próspera e consciente para educar nossos filhos em um verdadeiro lar de felicidade.

Te amo! Você é parte essencial das minhas vitórias!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ser advogado: um sonho de Malcolm X

Quando menino, cheio de vida e de sonhos, Malcolm X teve a infelicidade de confessar para um dos seus professores que tinha um imenso desejo: ser advogado.

"Deixa disso menino, tu é negro, só o branco pode ser advogado. Procura outra coisa pra fazer, vai ser carpinteiro".

A vida do jovem menino, a partir do que lhe disse o professor, saiu dos trilhos. Envolveu-se com drogas, assaltos, orgias, chegou a ficar por um bom tempo preso.

Na prisão, tornou-se um discípulo de Maomé, um voraz leitor, um homem eloquente. Ao sair do cárcere passou a pregar nos púlpitos das igrejas, fazendo ecoar sua voz pela América, alcançando o reconhecimento mundial pela causa que defendia, a da justiça, a da liberdade, a da igualdade racial.

Seus discursos eram pura adrenalina - para muitos, violento - um verbo corajoso, temido, proferido para chocar, despertar, acordar, transformar.

Numa de suas entusiastas pregações, - muitas podem ser assistidas na internet - debaixo de constantes aplausos, falou:

"A polícia diz que tem informações que os fiéis de nossa religião tem ficha suja. Não há como ser negro nos Estados Unidos sem tem ficha suja. Martin Luther King foi para a cadeia. James Harme foi para a cadeia. Todo negro dos Estados Unidos que ficou cansado do inferno em que vive foi para a cadeia.

Moisés foi para a cadeia. Daniel foi para a cadeia. Não há um homem de Deus na Bíblia que não tenha sido preso quando se levantou contra a exploração e a opressão. Eles acusaram Jesus de desordeiro, não fizeram isso?"

Aquele menino que um dia quis ser advogado, conseguiu - para usar uma expressão forte que ele gostava de falar, "por qualquer meio necessário". Não precisou se formar numa faculdade, a advocacia rebentou nele por si mesma.

Tornou-se um grande advogado do direito, da dignidade da pessoa humana, do amadurecimento da civilização, e por isso foi assassinado, em 1965, aos 39 anos, quando discursava para seus seguidores.

A oratória de Malcolm X abriu as portas da libertação para o negro, inclusive, juntamente com outros sonhadores, para que um deles, mais na frente, chegasse à presidência dos Estados Unidos do América.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Os 100 Maiores Discursos da História

Ganhei de presente de Natal, do Ricardo e da Neusa, nossos amigos da livraria Nobel, um livro intitulado Os 100 maiores discursos da história: insights e lições de líderes que mudaram o mundo. É do tipo do livro que eu gosto, que leio e não quero mais parar de ler.

Logo na introdução do livro, os autores Simon Maier e Jeremy Kourdi, citam um impactante discurso, feito em 1896, por Henry Hardwicke, em favor da oratória:

"A oratória é a mãe da liberdade. tomando-se por base este princípio, estabeleceu-se que a eloquência deve ser o último esteio e apoio da liberdade, e que com ela estará destinada a viver, a prosperar e a morrer. Aos tiranos apenas interessa tolher e enfraquecer qualquer espécie de eloquência. Eles não tem qualquer outra forma de se proteger. É, portanto, dever das nações livres promover a oratória".

Dentre tantos nomes importantes que figuram no livro, atenho-me aqui a Nelson Mandela, advogado, líder mundial contra o apartheid, que ao fazer a sua própria defesa na Suprema Corte da África do Sul, em Pretoria, em 20 de abril de 1964, acusado de sabotagem e terrorismo, deixou gravadas para a posteridade um memorável discurso, intitulado Um ideal pela qual estou disposto a morrer:

"Acalento o ideal de uma sociedade democrática e livre, em que todas as pessoas possam viver juntas, em harmonia e com oportunidades iguais. É o ideal pela qual eu vivo e que espero alcançar. Mas, se necessário for, é o ideal pelo qual estou preparado para morrer".

O autores dizem que em toda a parte do mundo parece haver uma sede de oratória, da oratória sublime, imortal, dos grandes ideais, dos grandes homens, que ficam gravadas na história, que prega a justiça, a verdade, o amor, a liberdade, os valores elevados do espírito humano. Sinto que essa sede existe mim, e é por isso que gosto tanto dos livros que falam da grandiloquência desses sábios e líderes que conduzem a humanidade.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

São belas, são sábias, são singelas, as fábulas!

Certa feita fazia um júri, onde tanto a vítima quanto o réu, numa linguagem mais direta e agressiva dos oradores forenses, eram consideradas pessoas "que não valiam nada".

A vítima dizia que o réu tinha desferido um tiro em sua direção; que lhe tentou matar, só não conseguindo porque errou o alvo.

O réu se defendia dizendo que era mentira, que o tiro foi dado para assustar a vítima, pois esta vivia a lhe ameaçar.

Na minha defesa recorri a Esopo, o sábio fabulista, e contei a seguinte história aos juízes.

"Certo dia, senhores jurados, o lobo acusou a raposa de lhe ter furtado sua comida. A raposa negou veementemente a acusação. Só sei que a causa chegou as barras do tribunal, e o macaco foi chamado para resolvê-la, decidindo o feito da seguinte maneira:

'É difícil acreditar no lobo, porque ele só vive fazendo o mal, aliás, é de se perguntar quais os meios que ele usou para conseguir essa comida que ele diz que foi furtada.

Por outro lado, é difícil também acreditar na versão da raposa, que diz que não roubou a comida do lobo, pois seu ofício tem sido esse, roubar o que é alheio.

Então, diante desse impasse, resolvam esse pendência entre vocês'.

Moral história: Não dá para julgar um caso sem conhecer o passado dos envolvidos".

O júri seguiu o mesmo rumo da decisão do juiz macaco, só que de acordo com a solução determinada pelo Código de Processo Penal: no meio de tanta dúvida, de quem estava falando a verdade, e pelo passado da vítima e do réu, absolveu o acusado.

Lembrei-me deste caso ao ler o livro Fábulas: Histórias de Esopo e La Fontaine para o nosso tempo, uma adaptação primorosa de Paulo Coelho, com ilustrações de Alarcão. São belas, são sábias, são singelas, as fábulas!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

De pecador a sábio

Com a mensagem que segue, desejo de coração a todos os que acompanharam este blog ao longo do ano, aos meus familiares e amigos, a todas as pessoas que neste momento leem esta linda reflexão de um dos mais profundos oradores dos tempos modernos, um Feliz Natal, e que possamos, a cada dia, dar passos mais firmes e vitoriosos nessa caminhada da vida, da escuridão à luz, do pecado à sapiência.

"Muitos cristãos não compreenderam, em toda a sua significação, o que Jesus diz, na parábola do Filho Pródigo.

Quando um pecador torna-se um sábio, este sábio tem uma beleza própria, uma distinção, um tempero, uma profundidade, um carisma a mais.

Quando um sábio é simplesmente um sábio, sem ter sido antes um pecador, isso é muito simplório, é nutritivo, mas não tem sal, não viveu todas as experiências, todas as dimensões da vida, sua santidade é rasa.

E não há virtude que se erga em toda a sua força e plenitude, sem que tivesse havido antes uma perambulação, um estado de extravio, de perdição, de escuridão. Tudo isso tem a sua poesia, pois é só assim que se reconhece o valor que tem a luz".


Discurso de Osho, no livro Tantra: A Suprema Compreensão.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Aprendendo com os incoerentes

Por esses dias, ao deixar meu livro Habeas Spiritus à venda na livraria Dom Oscar Romero, avistei na prateleira uma obra de capa bem destacada - de autoria do sacerdote católico João Carlos Almeida - intitulada 300 Conselhos de Jesus, uma coletânea de mensagens do Filho de Deus tirada da Bíblia, nos aconselhando sobre grandes temas da vida.

Por exemplo: como proceder diante das pessoas incoerentes, que falam uma coisa e praticam outra? Jesus aconselha, em Mateus 23, 1-3: "Os escribas e os fariseus sentaram-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto, tudo o que eles vos disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam".

Esta frase de Jesus nos diz que devemos praticar aquilo que ensinamos, ao mesmo tempo que nos desperta para não desprezarmos a oportunidade de aprendizagem com os adeptos daquela velha frase "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Aliás, se examinarmos dentro de nós, veremos que cada um tem uma certa quantidade de incoerência dentro de si, uns mais outros menos - somos seres ainda em lapidação, ainda em construção do nosso perfeito templo interior.

Se por um lado é uma grande verdade que o pregador, o orador, o tribuno, o conselheiro tem que praticar o que fala para que suas palavras tenham força, credibilidade, e levem os ouvintes à transformação e à ação, por outro, as pessoas inteligentes não esperam que essa coerência necessariamente aconteça para iniciar seu processo de aprendizado e crescimento pessoal.

Li uma frase certa vez que dizia: "Tudo é fonte de sabedoria para o sábio". É nesse contexto, é nesse ângulo de visão que devemos entender o que Jesus nos diz. Aprendemos com um bêbado, com um louco, com uma criança, com os animais, e como Jesus mesmo ensina, aprendemos até com incoerentes - eles nos ensinam, de uma maneira diferente, a vermos quão bonita é a oratória de um homem quando suas palavras estão alicerçadas naquilo que ele pratica.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Livrando-me das coisas inacabadas

Fico muito feliz quando concluo a leitura de um livro. Me dá a sensação de que realizei um grande feito.

Não me sinto bem comigo mesmo de fazer as coisas pela metade, de iniciar um trabalho e não concluí-lo. Por menor que sejam as tarefas, esforço-me ao máximo para não deixá-las inacabadas, perturbando minha paz.

Dá conta do que me propus a fazer me dá uma sensação de vitória, de dever cumprido, de responsabilidade, de confiança em mim mesmo, de autoestima, de consciência tranquila.

Nesse ano que se aproxima quero ter mais disciplina para me livrar das coisas inacabadas. A mania de deixar para depois o que se pode fazer agora é um grande erro na vida de uma pessoa, um obstáculo no caminho de sua realização.

Uma das piores pechas que um profissional pode carregar vida afora é ser afamado como aquele que inicia mas não leva as coisas até o final.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A nefasta criminalização da advocacia

*Fábio Tofic Simantob

A história da advocacia criminal é a história da perseguição aos advogados e das tentativas de acovardar a profissão. Sacerdócio árduo e sofrido, como dizia Henri Robert, a coragem se tornou o atributo mais importante do advogado criminal.

Durante o chamado período do terror da revolução francesa, os advogados compareciam aos julgamentos da convenção mesmo sob a ameaça expressa de serem guilhotinados com seus clientes. É célebre a frase com a qual Nicolas Berryer costumava iniciar suas defesas no tribunal revolucionário: "Trago à convenção a verdade e a minha cabeça; poderão dispor da segunda, mas só depois de ouvirem a primeira".

Mal falado, achincalhado e colocado na mesma vala comum de seus clientes, vítima de agressões em razão do mero ofício, o advogado foi um dos poucos que, ao longo da história, saiu em defesa dos oprimidos e perseguidos. Mal vistos aos olhos de cortesãos por defenderem apaixonadamente homens do povo, seriam no instante histórico seguinte os únicos a saírem em socorro de reis e rainhas, cujas cabeças eram postas à beira do cadafalso do terror revolucionário.

Quando a opinião pública se voltou contra os judeus na França, foi um advogado – sem falar em Émile Zola com o J'accuse – que saiu em defesa de Dreyfus para provar que o borderô usado contra ele era falso. Graças à atuação de advogados, muitas vezes sem ganhar qualquer tostão, milhares de presos políticos escaparam das masmorras brasileiras durante a ditadura militar, mesmo correndo o risco de serem confundidos com a militância política de seus clientes.

Quando as ideologias tomavam conta do mundo, Rui Barbosa responde a uma consulta, formulada pelo amigo Evaristo de Moraes, e em uma carta intitulada "O dever do advogado", aconselha o famoso rábula, seu correligionário, a aceitar a defesa criminal de Mendes Tavares, então antogonista do civilismo liderado por Rui, por considerar que o munus do advogado criminal está acima das disputas políticas.

Nesta famosa missiva, o mestre Rui Barbosa assim dizia ao amigo Evaristo: "Recuar ante a objeção de que o acusado é 'indigno de defesa', era o que não poderia fazer o meu douto colega, sem ignorar as leis do seu ofício, ou traí-las. Tratando-se de um acusado em matéria criminal, não há causa em absoluto indigna de defesa. Ainda quando o crime seja de todos o mais nefando, resta verificar a prova; e ainda quando a prova inicial seja decisiva, falta, não só apurá-la no cadinho dos debates judiciais, senão também vigiar pela regularidade estrita do processo nas suas mínimas formas..."

Partidário da mesma opinião, após o levante comunista de 1935, Sobral Pinto, conhecido por suas convicções católicas e anti-comunistas, aceita defender Luiz Carlos Prestes, inimigo número 1 de Vargas. Não importa se bem pagos ou não, os advogados nunca arredaram pé de seu mister de sair na defesa intransigente dos direitos do réu.

Adormecido por alguns anos – a sociedade logo se esquece das contribuições de suas Genis – o ódio contra o advogado ressuscita agora com nova roupagem, desta vez sob o pretexto de se combater os crimes econômicos, em especial, a lavagem de dinheiro. O objetivo é mal disfarçado: agrilhoar o regular exercício da defesa criminal, trocando-se a gilhotina pela gatunagem, metendo-se a mão no bolso do advogado.

Já aprovado na Câmara dos Deputados, o PL 3.443/08 (clique aqui) pretende obrigar os advogados a comunicarem operações de natureza suspeita por envolverem dinheiro supostamente oriundo de crime. Tal proposta implica duas coisas: uma é proibir o advogado de receber honorários dos clientes acusados de enriquecerem ilicitamente, e a outra é aniquilar, no exercício da advocacia empesarial, pressuposto deontológico da profissão, que é o dever de guardar sigilo sobre o que lhe é confidenciado a quatro paredes.

Como toda proposta totalitária esta também se apóia em generalizações grotescas. Sim, pois é claro que o advogado que auxilia o cliente a ocultar ou dissimular a origem de bens ou valores provenientes de crime poderá responder pelo crime de lavagem e, para isto, a lei não precisa ser mudada, dado não existir qualquer imunidade para os advogados neste sentido.

Assim, pode responder por lavagem o advogado que simula contrato de honorários apenas para permitir a colocação do produto do crime em local seguro, devolvendo-o depois pouco a pouco de acordo com as pequenas necessidades do cliente. Se receber os honorários e não declarar o valor ao fisco, estará sonegando e também poderá responder por prática de crime.

Agora, existem vozes pedindo mais. Querem acoimar de ilícitos também os honorários pagos por um serviço prestado, com o devido recolhimento de impostos. Ora, receber pelo serviço é direito do advogado, independentemente de quem seja o réu! Ou então o Estado teria que pedir de volta o dinheiro ilícito pago ao médico, ao arquiteto, ao alfaiate, ao restaurante, ao próprio Estado, quando do pagamento de impostos, das taxas municipais, às concessionários de automóveis, afinal ou o dinheiro é sujo para todo mundo ou não é para ninguém.

Afinal, o que se pretende com tal projeto é impedir o advogado de trabalhar, tornar a advocacia uma profissão de risco, almejando com isto uma única coisa: restringir a atividade do advogado e cercear o direito de defesa dos acusados. O maior equívoco de todos é na verdade não conhecer a natureza da advocacia; o pior de tudo é acharem que pondo peias à nossa profissão, deixaremos de exercer o nosso sacerdócio.

Se a ideia é acovardar a advocacia, é importante que saibam estes ingênuos formuladores de panaceias legislativas: se nos tirarem os honorários, defenderemos de graça; se nos cortarem as mãos, escreveremos com o sangue; se nos calarem a boca, defenderemos com a alma; e se quiserem cortar fora nossas cabeças, terão primeiro que ouvir a nossa verdade.

Artigo originário do site www.migalhas.com.br
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* Fábio Tofic Simantob é advogado criminalista do escritório Tofic e Fingermann Advogados

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Se quiser flor nesta vida, plante!

Ouvi uma música que parte de seu refrão dizia: "Se quiser flor nesta vida, plante!" Que verdade! Que realidade!

Muitos plantando espinhos querendo colher flores.

Colhemos o que plantamos. Esta verdade é ensinada por todas as igrejas e por todos os sábios do mundo, é um ponto de encontro entre as diversas denominações religiosas. Precisamos ver mais o que nos une, isso é algo muito valioso no diálogo interreligioso, ecumênico, fator imprescindível na construção da paz e da fraternidade entre as religiões.

Às vezes quando colhemos flores atribuímos o mérito, corretamente, a nosso merecimento, mas quando colhemos espinhos nos colocamos, erradamente, no lugar de vítimas, jogando culpa em Deus e no mundo. Quanto mais responsáveis somos por nossos atos, mais nos tornamos pessoas maduras, confiáveis, firmes, harmonizadas com a vida.

Sei que o que eu falo pode soar como algo repetitivo, já sabido de todos, evidente. Mas serve pelo menos para lembrar-me dessas imortais lições espirituais despertadas pela música que ouvir e, acima de tudo, estar atento para só plantar flores no meu caminho.

Os espilhos que já plantei e estou colhendo, tem um fim! Preciso ter dignidade e maturidade para colhê-los! Depois deles, e concomitante a eles, quero que as flores predominem em meu viver.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O que eu gostaria de ser caso não fosse advogado

Lendo o livro Grandes Advogados de vez em quando aparece a pergunta para os entrevistados: "O que senhor gostaria de ser caso não fosse advogado?"

"Gostaria de ser Psicalista". "Gostaria de ser arquiteto". "Gostaria de ser médico". Etc. São as respostas que se lêem.

Caso fosse feita essa pergunta para mim, eu diria: - Se eu não fosse advogado gostaria de ser místico.

Só que tem títulos na vida que uma Universidade não é capaz de conceder. Ela não pode dar a ninguém o título de poeta, de escritor, de pintor, de orador, de filósofo, de músico, de místico, se a pessoa não for coroada por Deus com estes dons sublimes do espírito.

Alguém pode ser formado em filosofia, mas nem por isso ser um filósofo. Alguém pode ser formado em música, mas nem por isso ser um músico. Alguém pode fazer um curso de oratória, mas nem por isso ser um orador. Alguém pode escrever alguns livros, mas nem por isso ser um escritor. Alguém pode ser um pastor, um padre, um papa, um bispo, um mestre, um líder religioso, seja que denominação tenha, mas nem por isso é ser um místico. E assim vai...!

Todos podem chegar algum dia a condição de seres místicos, independente da profissão que exerçam. Não adianta procurar esse título nas faculdades, nas condecorações humanas. Este título estar latente dentro de cada um de nós, esperando para florescer, para desabrochar, como um grande, real, extasiante e permanente encontro com Deus.

A caminhada é longa e árdua, mais é o título dos títulos - se assim podemos chamar - que vejo que para mim vale a pena sonhar. Li certa vez que a palavra dharma significa natureza. Qual o dharma do fogo? Ser quente. Qual o dharma da água? Fluir. Qual o dharma do tempo? Passar. Qual o dharma do homem? Ser iluminado. Esta é a nossa real natureza, este é nosso real destino. Isto é o que eu gostaria de ser, caso não fosse advogado.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Coincidências: uma dimensão da beleza e do mistério da vida

Este é o nome do livro que estou lendo, Coincidências Existem? Caso e acasos incríveis na busca por respostas para a vida, escrito por Jan Cederquist, um dos mais bem-sucedidos publicitários da Suécia e respeitado líder na área de propaganda daquele país.

O autor trabalha no livro em torno da palavra sincronicidade, palavra criada pelo famoso psquiatra suíço Carl Gustav Jung nos anos de 1920. A partir daí ele narra as incríveis coincidências que viveu em sua vida, muitas delas essenciais para seu sucesso profissional.

Vivemos também esses eventos sincronísticos significativos, que muitas vezes não percebemos porque achamos que são coisas naturais, que se tratam de meras coincidências, meros acasos, sem valor algum no campo da espiritualidade, do misticismo, da intervenção divina, ou mesmo nem os percebemos porque mergulhados nas preocupações da sobrevivência diária.

Diz o conhecido escritor Agatha Christie, em um dos diálogos de seus livros, que "sempre vale a pena prestar atenção em cada coincidência, futuramente, pode-se descartá-la caso tenha sido mesmo apenas coincidência".

Já vivi fortes experiências de sincronicidade na minha vida, e tenho certeza que você já viveu também. Diariamente elas acontecem, o que precisamos é prestar atenção, ficarmos alerta, termos uma mente aberta para estudarmos e compreendermos esses belos e misteriosos fenômenos da existência. Somos filhos do Universo, irmãos das estrelas e árvores, diz a canção. Não estamos desamparados!

No livro encontrei uma citação de Milan Kundera, autor da obra A Insustentável Leveza do Ser, que li com empolgação ainda nos meus primeiros tempos de universitário, que diz "é certo que critiquemos o homem por não enxergar as coincidências em sua vida diária, pois assim procedendo, ele se priva a si mesmo mesmo de uma dimensão da beleza".

E digo também: ele priva a si mesmo do conhecimento dos mistérios da vida. Pois como já dizia Willian James "o que sabemos é apenas uma gota no oceano de nossa ignorância".

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O pássaro na gaiola de ouro: sobre amor e liberdade

Ontem a noite, ao som de serena chuva que caía, navegando nas letras sagradas de um dos livros de Osho, Mistérios da Vida, deparei-me com uma bela metáfora a respeito da individualidade, do amor e da liberdade... dos relacionamentos humanos.

Só homens em sintonia com o verbo divino podem, de forma tão poética, tão verdadeira, tão singela e inspiradora tocar nosso ser e despertar nosso coração com palavras sábias e profundas.

Segue o texto:

"Nunca interfira na individualidade do outro. O amor é o valor mais alto na vida. E a liberdade é a sua expressão maior. Sem liberdade o amor morre.

Você vê um pássaro voando sob o sol, no céu, e ele parece tão bonito. Atraído por sua beleza você pode pegar o pássaro e colocá-lo em sua gaiola de ouro.

Você acha que este é o mesmo pássaro? Aparentemente sim, é o mesmo pássaro que estava voando no céu, mas lá no fundo não é o mesmo pássaro, porque, onde está seu céu, onde está sua liberdade?

Esta gaiola de ouro pode ser valiosa para você, ela não é valiosa para o pássaro. Para o pássaro, estar livre no céu é a única coisa valiosa na vida. E o mesmo é verdade para os seres humanos".

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dia da Justiça! Meus louvores, divinal virtude!

Hoje é o dia da Justiça. Não sei o que dizer muito!

Mas me vem neste momento a frase de Jesus: "Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça e tudo o mais vos será acrescentado". É uma frase essencial.

Na oração do Pai-Nosso oramos: "O pão nosso de cada dia nos dai hoje". O pão que alimenta a carne, o pão que alimenta o espírito. O pão do direito, o pão da verdade, o pão da Justiça!

Deus é Amor, Deus é o Bem, Deus é a Justiça! Um dia tão importante como este, não se pode falar de Justiça sem falar de Deus.

Rui Barbosa confessava: "De tudo o quanto tenho aprendido nesta vida posso resumir em cinco palavras: 'não há Justiça sem Deus'".

Shakespeare cantava: "Oh Justiça tu me és tão cara como as gotas de sangue que visitam o meu coração".

Daniel Webster, famoso advogado americano, disse certa vez: "Não há felicidade maior para um homem acusado do que acordar cedo pela manhã e poder dizer: hoje serei julgado por um grande juiz".

Meus louvores, divinal virtude! Meus louvores, divinal virtude!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Julgando com óculos escuros

Aqui e ali, em muitos tribunais do Brasil e em salas de audiências, vemos julgadores dando veredictos em sessões públicas da justiça com óculos escuros no rosto. Isso tem me feito respirar profundamente.

Justiça não é olho por olho, mas é olho no olho. Em respeito ao princípio da transparência e diante do princípio da publicidade os jurisdicionados e as partes têm o direito de ver os olhos de seus juízes.

Por ser a advocacia uma ciência dos relacionamentos sociais, precisamos que tanto nosso olhar como o olhar do outro estejam num campo de visão acessível à observação, à analise, ao exame, pois como diz a sabedoria, os olhos são espelhos da alma, são eloquentes discursos daquilo que vai em nosso interior.

Talvez possa ser até alguma necessidade de tratamento oftalmológico - o que se justifica - não sei se é isso mesmo, mas o que acontece é que alguns parecem gostar da ideia e prolongá-la no tempo.

Dormir, chorar e todos os movimentos dos olhos que revelam pensamentos e sentimentos são possíveis de se ocultarem atrás de um par óculos escuros. Nada contra quem usa óculos, mas tem os devidos momentos para isso. Justiça é claridade!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Mistérios da justiça

Hoje me peguei fazendo novamente uma costumeira reflexão. É Impressionante esse movimento da justiça humana. As vezes a gente pensa que vai ganhar mas perde, pensa que vai perder mas ganha.

Existe algo de misterioso nisso, fora do controle de nossas superficiais certezas.

Constantemente ouvimos dizer que a justiça do homem é falha, é verdade, mas é nessa falibilidade que muitas vezes a justiça divina se realiza. Falha ou correta apenas aos nossos olhos!

Gosto de observar, de refletir, de meditar a respeito. Onde está o erro? Onde está o acerto? Onde é justiça humana? Onde é justiça divina? Onde são as duas coincidindo?

Não é tão fácil de decidir como alguns pensam. Justiça para mim é algo misterioso. Talvez por isso é que se diz, "não julgueis para não sedes julgados".

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ver o mundo com sublimidade

O lançamento de meu segundo livro Habeas Spiritus: meditações de um advogado em busca do autoconhecimento foi um momento ímpar em minha vida profissional.

Por esses dias, olhando para um conjunto de pés de bouganville multicores, com longos galhos embalados por um sereno vento, pude, por um instante, sentir bem forte a beleza de ver o mundo com sublimidade.

O ambiente do lançamento do livro estava assim, lúdico, psicodélico, pessoas alegres, formando um conjunto harmônico e dançante de flores de diferentes tipos.

Nas mesmas sensações que o evento me proporcionou, li uma frase de Osho que bem reflete a ideia da libertação do espírito, do Habeas Spiritus: "O amor é a consequência natural de uma consciência em elevação".

Dessa consciência em elevação é que cada ser humano pode começar, aos poucos, a ver o mundo com sublimidade, como um encanto ímpar, apesar das dores, das dificuldades, dos obstáculos - que existem para nos ensinar, e também para serem superados.

Minha gratidão a Deus por este momento sublime, ímpar, minha gratidão a todas as pessoas que me auxiliaram a vencer mais este desafio. Gosto da velha frase - que circula em quase todas as línguas do mundo - que diz que "o homem propõe e Deus dispõe". Pois grande é a felicidade para o homem quando seus própositos estão em sintonia com a vontade do criador.