segunda-feira, 26 de abril de 2010

As infinitas possibilidades da advocacia

Quer ser santo? Pela advocacia você chega lá.

Quer ser empresário? Pela advocacia o caminho é viável.

Quer ser político? Trilhe pela advocacia.

Quer ser ator? Pela rota da advocacia se consegue.

Quer ser professor, um mestre? Que belo varadouro é a advocacia!

Quer ser orador? Existe rumo melhor que a advocacia?

Quer ser famoso, ter sucesso, ter prestígio e tudo que o ego humano anseia? Pela advocacia você se realiza.

Quer viver uma vida comum, tranquila, longe das confusões e da baixeza dos homens? É só escolher a advocacia que você também descobre o segredo.

Quer ser um pensador, um filósofo? A advocacia conduz até lá.

Quer ser um escritor? Não deixe pra depois, a advocacia é a ponte.

Quer ser policial, juiz, promotor, delegado, procurador, desembargador, ministro, seja lá o que for? Vá pela advocacia.

Se o seu filho estiver em dúvida de qual profissão seguir leve esse texto até ele, para que sua escolha seja ainda mais consciente, mais ampla. A advocacia é uma profissão de infinitas possibilidades.

Aprendi que a advocacia nasceu no momento em que um homem se ergueu para defender outro, ainda nos tempos das cavernas. Essa profissão não deixará jamais de existir, a não ser, é claro, se o Paraíso de Deus acontecer a toda humanidade. Quem defender, quem acusar, quem prender? Todos serão santos! Mas mesmo assim, ainda desconfio que a santidade é a mais perfeita forma da advocacia de si mesmo, a suprema advocacia.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Advogados Santos e Santos Advogados

Ouvi, em um filme, faz muito tempo, a sentença de que "nenhum advogado irá para o céu enquanto houver lugar para mais um no inferno". Pura desinformação, para não dizer ignorância.

Um dos primeiros livros que li quando entrei na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Acre, foi uma obra que comprei na livraria Dom Oscar Romero, intitulado Santos Advogados e Advogados Santos, de autoria de Arthur de Castro Borges.

Bem no início do livro encontramos uma frase que diz: "Não há profissão mais perigosa para uma alma do que a profissão de Advogado". Pode o advogado se tornar tanto um anjo do bem quanto um anjo das trevas, depende de sua escolha. Alguém já disse que a profissão de advogado, quando bem exercida, pode ser a mais bela das profissões, mas quando mal exercida se torna a mais vil de todas elas.

Quais santos foram advogados, ou quais advogados foram santos? Vou citar aqui apenas os mais conhecidos e respeitados doutores da Igreja.

"Santo Ivo, Santo Afonso Maria de Ligório, Santo Ambrósio, São Basílio Magno, São Bernardo, São Boaventura, São Crisólogo, São Domingos de Gusmão, São Francisco de Sales, São Gregório Magno, Santo Isidoro, São João Crisóstomo, São Tomás de Aquino, São Tomas Morus, São Vicente de Paulo".

Cito também São Paulo, que com seu dom de falar e liderar levou o evangelho a todas as criaturas. Era advogado, pela tradição judaica.

Todos foram mestres da eloquência sacra. São Crisólogo falava tão bem que o apelidaram de "Palavra de Ouro". Que profissão maravilhosa, de infinitas possibilidades! Cria os seus demônios, mas nela floresce os seus santos também!

terça-feira, 20 de abril de 2010

A advocacia dos inconfidentes

Dois grandes advogados mineiros, Ricardo Tosto e Paulo Guilherme, numa publicação nobre, escreveram a respeito do processo político-criminal contra Tiradentes e seus companheiros. No livro foram reproduzidos depoimentos dos autos e belos quadros e fotos retratando o ambiente em que se deu a chamada Inconfidência Mineira. Obra preciosa que enriquece nossos conhecimentos históricos, jurídicos, políticos e culturais.

Os réus da Inconfidência Mineira foram defendidos pelo advogado José de Oliveira Fagundes, que com brilho e raça defendeu os sonhadores inconfidentes que ousaram desafiar a Coroa Portuguesa em nome da liberdade do Brasil. De José de Oliveira Fagundes já se disse: "Que tremenda é a força do advogado quando possuído pela consciência e valor".

Em certa ocasião, fazendo um júri, citei em favor de meu cliente uma frase escrita por José de Oliveira Fagundes, em defesa dos rebelados:

"Pede a equidade, e dita a boa razão, que não sejam punidos com o mesmo rigor o que só pecou por palavras e o que perpetuou e consumou o delito; como é notável essa diferença, a que vai da palavra à obra, da potência ao ato, da cogitação a consumação, do ficto ao verdadeiro, do abstrato ao concreto...". Os jurados compreenderam a mensagem e absolveram meu constituinte. A participação dele no fato não teve relevância jurídica, sendo mais um pecado dos pensamentos do que um incentivo intectual ao crime.

"Libertas quae será tamen". As palavras do poeta latino Vírgilio, desenhadas na cor pura da bandeira dos inconfidentes, ecoam permanentemente no coração do advogado, que deve amar a liberdade, lutar por ela, consagrar-se a ela, como valor supremo do espírito humano. A advocacia dos inconfidentes carrega no coração o eterno lema em favor da humanidade: "Igualdade, liberdade e fraternidade", mesmo que a forca seja o preço a pagar por tão elevados valores.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Qualidade e quantidade na advocacia

Muito se ouve falar que a época dos pequenos escritórios está chegando ao fim, que não tem mais espaço para a advocacia individual, que a advocacia familiar é coisa do passado.

Para quem acha que isso é coisa pretérita aí vai um exemplo atual tirado do livro de Técio Lins e Silva, O que é ser advogado:

"No Brasil, há escritórios de advocacia com até trezentos advogados. Nos Estados Unidos, onde esse número pode chegar a mais de oitocentos, um escritório com cem advogados é um escritório pequeno. Entretanto, o escritório de advocacia criminal norte-americano com maior prestígio talvez seja o de Robert Shafiro, que só tem ele, e mais ninguém. Quando Shafiro é contratado para uma causa grande, ele subcontrata outros profissionais, monta uma equipe e fica trabalhando somente naquela causa."

A grandeza de um escritório não está na quantidade de seus membros, mas na qualidade dos serviços que presta.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A corrente: um símbolo da eloqüência

Hermes, deus grego, patrono de todos os homens da palavra, é representado com correntes saindo de sua boca, significando que com a sua eloqüência coesa acorrentava os seus ouvintes.

Acorrentar no sentido de prender a atenção, de conquistar quem o ouve pela beleza de suas palavras. O discurso é uma corrente de elos fortes.

Os grandes homens da eloqüência universal são homens acorrentadores, sedutores, encantadores, trazem consigo o poder de dominar, de conduzir, de dirigir, de liderar.

A corrente, no caso, não é símbolo de prisão, de violência física, mas de reunião dos elos a uma idéia, a um objetivo, a uma tese.

O orador consciente não fala por falar, busca convencer, persuadir, trazer para sua corrente a vontade de seus ouvintes. As palavras são medidas, o momento é estudado. Para cada auditório, uma corrente diferente.

A palavra corrente lembra coração rente, reto, firme, seguro, exemplar, e é por isso que acorrenta, que une a todos e os leva para uma mesma direção.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Uma virtude chamada aplicação

A aplicação é uma das 13 virtudes ensinadas por Benjamin Franklin, o famoso maçom americano, como caminho para ser chegar ao topo da vida moral.

A virtude da aplicação é fundamental para o nosso burilamento. Diz o grande diplomata que a aplicação é a realização do trabalho útil, sem perda de tempo com o que não é necessário.

Complemento humildemente a compreensão acima dizendo que a virtude da aplicação consiste em colocar em prática o que aprendemos. De que adianta saber e não praticar? De que adianta a teoria sem a prática? O verdadeiro saber é aquele que a gente sabe explicar e sabe aplicar.

Quando ensinamos, quando falamos, quando exortamos, quando doutrinamos, as letras vem com aquele poder natural do exemplo, que são as palavras materializadas nos atos.

Que bela oratória, que fantástica força, que carisma sobrenatural envolve o advogado, ou qualquer outra pessoa, quando vive aquilo que prega e quando prega aquilo que vive! Isso tudo é a virtude da aplicação.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

As virtudes de Benjamin Franklin para a advocacia

Folheando o livro Autobiografia, escrito por Benjamin Flanklin, um dos líderes da Independência Americana, encontrei 13 virtudes por ele elaboradas como forma do homem atingir a perfeição moral.

Temperança, silêncio, ordem, resolução, frugalidade, aplicação, sinceridade, justiça, moderação, limpeza, tranquilidade, castidade, humildade.

Dessas treze virtudes quero falar especialmente de duas, da ordem e da limpeza. Da ordem ele dizia: um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar; da limpeza explicava, não tolerar a falta de limpeza no corpo, no vestuário ou na habitação.

Duas virtudes que o advogado deve desenvolver. Tem que ter ordem. Essa ordem não é apenas das coisas materias, mas a ordem das coisas mais sutis, como o pensamento e o sentimento. No escritório, em casa, na vida em geral, sempre primar pela ordem. Onde há ordem há progresso, há evolução.

Há que se ter limpeza, do corpo, do coração, da mente, das roupas, do lugar em que se vive e trabalha. Onde tiver sujeira, removê-la. Ambiente limpo traz boas vibrações. Estudos recentes demonstram a relação entre limpeza física e limpeza mental, uma influencia a outra.

Todas as virtudes de Benjamin Flanklin são preciosas e servem para todos, apenas estou aplicando-as ao ofício de advogado, que exige de nós, se realmente queremos ser profissionais vitoriosos, a prática fiel e constante das virtudes.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O juiz pensa que é Deus

Existe um ditado no meio forense que diz: "O juiz pensa que é Deus, e o desembargador tem certeza".

Comprei ainda pouco um livro intitulado Formação do juiz: anotações de uma experiência, de Lourival Serejo, Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão.

Gostei muito da obra, escrita em forma de diário. No dia 6 de setembro de 2006, escreveu:

"Ser juiz é coisa séria. A cada dia precisamos nos avaliar. O dia em que acreditarmos em nossa perfeição, deixaremos de ser juiz e passaremos a ser um perigo para os jurisdicionados".

Fica aí a lição de quem vê as coisas com mais consciência!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O olho-que-tudo-vê

No Egito Antigo o deus Osíris era representado pelo olho-que-tudo-vê.

Em qualquer lugar, em qualquer tempo, a sós ou na multidão, o olho de Deus está sempre nos observando.

"Nada está oculto, tudo será revelado", são palavras de Jesus Cristo.

Não adiante se esconder, o olho de Deus está em toda parte.

Isso serve de alerta para todos nós! Quanto mais transparente formos, mais cheio de luz seremos!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O sumo do processo

Disse certa feita o criminalista José Carlos Dias, a respeito de Valdir Troncoso Peres, o maior advogado de júri da história do Brasil:

"Ele era insuperável em sua capacidade de absorver o sumo do processo, de condensar o essencial e arrebatar o ouvinte com argumentos e análises que enveredavam pelo campo da psicologia, da filosofia, da literatura, do conhecimento da alma humana."

Isso bem demonstra o grau evolutivo que Valdir Troncoso Peres tinha na advocacia. No meio de tantas informações colhia o essencial, o decisivo, o importante, mergulhava no âmago da questão, no centro da causa, no ponto certeiro, no sumo do processo.

No domínio do sumo do processo, construía sua peça de arquitetura, nela inserido beleza, verdade, conhecimento, abordando a causa como se fosse o verdadeiro olho de Osíris, o olho-que-tudo-vê.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Advogado pragmático

Ser pragmático é de grande valor na advocacia. O advogado não pode se perder em emaranhados de teorias sem importância prática, em academicismos maçantes, em conversas emboloadas, em escritos pernósticos de falsa erudição e de pouca sabedoria.

Na vida devemos ser práticos. Isso não quer dizer o desprezo pela teoria, mas a sua aplicação útil, objetiva, válida, para as questões que nos são apresentadas cotidianamente.

Na oratória, ser preciso, breve, ir ao ponto, ser positivo, afirmativo, real. Na escrita, da mesma forma. Nas conversas diárias nada de estar incomodando as pessoas com tagarelice, no mais das vezes para saciar os apetites do ego.

O homem pragmático é um homem de silêncio e de ação. Fala o necessário e faz o que é preciso fazer, e nessa forma de agir flui como um rio, ora como um rio manso, ora como um rio bravio, tudo a depender das circunstâncias.

O advogado pragmático não fica parado esperando que as coisas por si só se resolvam, mas sabe que algumas coisas são assim.

Preza pela eficiência e pela eficácia. Se liga nas questões essenciais, importantes, de valor, não se apega as ninharias.

O advogado pragmático tem uma maneira mais leve de viver, porque a cada dia busca levar na sua bagagem apenas aqueles pertences imprescindíveis para chegar no topo da grande montanha.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dar a luz a si mesmo

"Seja uma luz para si mesmo". Buda

" A principal tarefa do ser humano nesta vida é dar a luz a si mesmo". Eric Fromm

"Luz, seja uma luz, é o que você é, basta descobrir". Osho

Que brilhe a nossa luz!