sexta-feira, 29 de junho de 2012

A oratória de Jonh Kennedy

Li o discurso de posse de Jonh Kennedy ao assumir a presidência dos E.U.A. no ano de 1961, uma pérola da oratória universal, um homem de grande carisma, de magnética liderança, de uma oratória grandiosa. Foi assassinado em 1963. Compartilho alguns trechos do discurso:

"Os direitos humanos não são outorgados pela generosidade do estado, mas provêm de uma fonte divina".

"São tolos aqueles que visam alcançar o poder montando nas costas de um tigre pois acabam sendo devorados por ele".

"A civilidade não e fraqueza".

"A sinceridade estará sempre sujeita a ser colocada à prova".

"Que jamais negociemos por medo, mas que jamais tenhamos medo de negociar".

"Invoquemos as maravilhas da ciência em vez de seus terrores".

"Criemos um mundo novo de leis, onde os fortes sejam justos".

"Não perguntem o que seu país pode fazer por vocês - perguntem o que vocês podem fazer pelo seu país".

"Nosso trabalho deve ser a expressão do próprio trabalho de Deus".

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Júri de Alice no País das Maravilhas


O Julgamento de Alice no País das Maravilhas, aqui contado livremente com base nas minhas reminiscências, nos leva a muitas reflexões sobre o conceito de poder, de justiça, de legalidade e de direito. É uma história para crianças, é claro, mas quem disse que ela não nos ensina?!

 "Cortem a cabeça", ordenou a Rainha de Copas.

"Mas ela é só uma criança minha Majestade, que tal antes disso fazermos um júri, um jurizinho", disse o Rei, mas para um  bobo da corte do que para um Rei.

"Vamos logo com isso, quero dá minha sentença", aceitou contrariada a Rainha.

O júri foi formado e a acusação foi lida, Alice tinha praticado o crime de lesa-majestade, e tanto outros.

"Agora... cortem a cabeça", sentenciou a Rainha.
"Mas antes da sentença vem o veredicto dos jurados, minha sábia Rainha", falou um pouco com medo, o Rei.

 A Rainha, já meio no limite, disse aos jurados: "Tomem nota, rápido, rápido, quero proferir a minha sentença!"

"Perdão minha digna Rainha, mas ainda, antes  do veredicto, temos que ouvir as testemunhas e a acusada." , lembrou o Rei.

Impaciente, a Rainha viu entrar a primeira testemunha. Depois que foi concluído seu depoimento, ela esfregou as mãos sinistramente e disse: "Agora sim, posso dá a minha sentença!"
"Mas ainda precisamos ouvir mais testemunhas, e a acusada também, minha ama", tremia ao falar, o Rei.

Neste momento um tumulto irreversível foi criado no julgamento, e a Rainha gritava loucamente, "Cortem  a cabeça, Cortem a cabeça", e uma multidão de soldados armados  corriam atrás de Alice, e pega não pega, ela acordou de seu grande pesadelo.
"Foi só um sonho, Alice! Foi só um sonho!", disse sua irmã, com a vez melíflua e  acalmadora.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O julgamento de Frinéia e a beleza no júri

Li, já faz algum tempo, uma pesquisa inglesa constatando que as pessoas bonitas tem mais chances de serem absolvidas no júri. Talvez por isso os advogados dizem aos seus clientes, até instintivamente, antes do julgamento: "Faz a barba, corta o cabelo, cobre essa tatuagem de dragão, veste uma blusa melhor, uma calça boa, um sapato legal, e se não tem, pede para tua família providenciar". 

E quem duvida dessa pesquisa, conto uma história. Viveu na Grécia, no século IV a.C, uma das mais lindas mulheres que já existiu. De corpo escultural, perfeito, Frinéia, a deusa sensual, era cortesã; para ela afluíam homens sedentos de prazer; destruía lares, alucinava jovens, corrompia os costumes da época; sua beleza e erotismo constrangiam os bons costumes da vida ateniense, e por isso foi levada ao Areópago. O povo lotou o tribunal, e com sentimentos contraditórios de admiração e de ira pressiova pela condenação de Frinéia. Hipérides, seu advogado, vendo que o falso moralismo a condenaria, teve um insight genial, que tocou em algum ponto bem fundo da alma humana, rasgou as vestes da linda mulher diante da multidão, que de olhos arregalados e hipnotizados pelo belo contemplavam a formosura divinal de Frinéia. E por unanimidade de votos Frinéia foi absolvida. 

Mas quem conta poeticamente essa absolvição é o poeta Olavo Bilac: 

"Pasmam subitamente os juízes deslumbrados
Leões, pelo calmo olhar de um domador, curvados
Nua e branca, de pé, patente à luz do dia
Todo o corpo ideal de Frinéia reluzia
Diante da multidão atônita e surpresa
No triunfo imortal da carne e da beleza". 

terça-feira, 26 de junho de 2012

O primeiro júri da história e o voto de minerva


A expressão voto de minerva nasceu do dramático Julgamento de Orestes havido no campo mitológico da consciência humana.

Agamenon sacrificou sua filha aos deuses para vencer os gregos na Guerra de Tróia. Sua esposa, Clitmnestra, incentivada pelo seu amante Egisto, e tomada de fúria pela morte da filha, matou o marido. Orestes, outro filho do casal, resolveu matar a mãe para vingar a morte do pai. O crime de Orestes teria que ser vingado com sangue também, mas Apolo, o deus da Razão, da Beleza e da Inspiração Retórica intercedeu junto a Zeus para que houvesse um julgamento para decidir sobre a culpa de Orestes. O que foi aceito.

Um júri foi formado, o primeiro da história, no Areópago, por 12 cidadãos atenienses, presidido pela deusa Atenas, deusa da Sabedoria e da Justiça (Minerva para os romanos). Na acusação, atuaram as terríveis Erínias, deusas encarregadas de castigar os crimes cometidos pelos seres humanos, eram três: Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Infindável). Apolo atuou como advogado do réu. Depois dos acirrados e violentos debates orais foram colhidos os votos dos jurados, tendo dado empate na votação. Atenas (Minerva) ,como presidia ao júri, decidiu pela absolvição de Orestes. Voto de minerva significa isso, voto de desempate.

É uma viagem emocionante essa, nas coisas e nos mistérios da mitologia!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O preço da verdade!

Lendo agora o livro de Osho, Liberdade: A Coragem de Ser Você Mesmo.

Lindo trecho quando ele fala:

 "Deus é muito misericordioso com você ao não atender muitas de suas preces. Você diz: 'Faz-me, senhor, conhecer a tua verdade! Deus sabe do quanto você é ingênuo! O que você fará com essa verdade? Você estar preparado para ela? Comê-la, vendê-la, negociá-la não será possível, não com essa verdade. Você não sabe do tamanho da responsabilidade de ter a verdade. Sócrates por causa dela foi envenenado, Al-Hilaj Mansoor foi apredrejado, Jesus foi crucificado. A própria vida é sacrificada pelo triunfo da verdade".

O orador experiente não diz desatinos

No clássico livro O Espírito do Zen, de Alan Watts, este cita o seguinte aforismo de Lao Tsé, o sábio que escreveu o Tao Te Ching: "O orador experiente não diz desatinos".

  O orador experiente é o orador estudado, vivido, maduro, prudente, iluminado, que vê os 360 graus de sua oratória. Ele não pode dizer desatinos devido a responsabilidade, a lealdade que tem com a palavra, com o seu dom, devido a consciência de sua missão.

Carisma, razão superior, bom senso, tino refinado, inteligência grandiosa, oceânica percepção das coisas sãos os atributos de oradores como Jesus, Buda, Zaratustra, Salomão, Confúcio, Sócrates, Lao Tsé, Gandhi, Osho, Krishnamurti, Martin Luther King e tantos outros.

Aos olhos de quem não os compreendem, eles podem até parecer desatinados, loucos, mas isso já não é problema da oratória deles.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A pulsação da advocacia!


Quero felicitar a todos os jovens advogados e advogadas que receberam ontem esse valioso título profissional.
 
 Li por esses dias uma frase de um estudioso dos mitos, Joseph Campbell, que dizia que "o objetivo da vida é fazer com que a nossa pulsação se ajuste à pulsação do universo".
 
Isso também vale para a advocacia, pois quando nos ajustamos à sua pulsação, à sua história, às suas lendas, às suas leis, à sua natureza, podemos encontrar nela uma das formas mais belas de ganhar a vida.

Parabéns e contem comigo:

AFRANIO ALVES JUSTO

ALAN DE O. DANTAS CRUZ

ANICE BATISTA BRITO

BRUNO QUEIROZ DE SOUZA

CIRO JONATAS DE S. OLIVEIRA

CLEVERTON DE SOUZA PEREIRA

DIEGO GOES NUNES

DIONIZIA MARCIA A. DA SILVA

FELIPE ALENCAR DAMASCENO

FRANCIANE N. MONTEIRO

HIGOR RODRIGUES SAITO

JAMISON S. BEZERRA

JOAO PAULO DE A. LIMA

JUSCIANE L. PACIFICO

LARISSA DE M. COELHO

LEXIANE P. R. DA SILVA

LILYANNE DE F. DOS SANTOS

LOURIVAL DA S. NOLASCO

LUIZ RENATO B. FRANCICO

MANOEL M. TEIXEIRA

MARCELO DA S. PEREIRA

MARCOS FERNANDO LACERDA

MARIA DA GLORIA DA S. S. SARAH

MARIA DE FATIMA C. DE A. PASCOAL

MATHEUS PACHECO DA S. CUNHA

MAYARA VIANA CARVALHO

NICK ANDREW P. UGALDE

RAFAEL CARNEIRO R. DENE

RENATO AUGUSTO F. C. FERREIRA

RODRIGO SOUZA AMORIM

SIMAO F. DOS SANTOS

SMAYLE BATRICHE PESSOA

THAMYRES MARIA DE SOUZA

THAYARA H. DE AGUIAR

THAYZ P. DE SALES

THEODOMIRO M. DE MATTOS

UBIRATAN RODRIGUES LOBO

WILLIAN ELEAMEN DA SILVA
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quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Oratória Zen

 Certa vez um mestre zen adentrou ao salão de meditação para proferir a centenas de díscipulos sua tão esperada preleção. Quando prestes a iniciar sua mensagem um pássaro do jardim prorrompeu a cantar, em harmoniosa melodia, diante do profundo silêncio e admiração de todos. Quando o pássaro do jardim terminou de cantar o mestre anunciou que o que tinha para dizer já tinha sido dito, e concluiu seu sermão.

Já tinha lido essa história outras vezes, mas por esses dias ela se enraizou nos meus pensamentos. A Existência está constantemente dando seu sermão, e tantas vezes não temos ouvidos espirituais para ouvir, para sentir, para perceber, acostumados que estamos com os emaranhados incessantes das palavras.

Mas no botão da flor que desabrocha,
No sereno caminhar do rio rumo ao mar,
Nos infinitos pingos d´água de uma chuva,
Nas estrelas, no luar,
Nas singelas manifestações da natureza,
Aí está Deus a nos falar.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A espiritualidade nos afazeres do dia a dia

Corto meu cabelo com o Assis tem quase 20 anos, ali perto da Prefeitura. Em sua mesa, sempre livros de Kardec e de Taniguchi: o primeiro, codificador da doutrina espírita; o segundo, fundador da Seicho-No-Ie. E toda vez, enquanto ele corta meu cabelo, ora converso, ora leio esses livros.

Certa vez li que no Japão Antigo - dizia Masaharu Taniguchi - a espiritualidade zen era o componente mais importante de tudo o que se fazia... na culinária, na música, na escrita, nas artes marciais, e por isso se fazia com mais graciosidade e beleza.

 Foi daí que tive a ideia de dar o título para o meu livro de Habeas Spiritus: Meditações de um Advogado em Busca de Autoconhecimento. Pois pensei, e por que não aplicar a sabedoria espiritual na arte de advogar? A foto ao lado é uma montagem feita pelo amigo Sergio Polignano.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Os mensageiros das coisas mais sublimes

Lia Folhas na Relva, do grande poeta americano Walt Whitman - cuja a popularidade cresceu após seus versos serem declamados no filme Sociedade dos Poetas Mortos -, uma frase que certa vez, já faz algum tempo, citei num júri que fazia: "Poetas, oradores e cantores do porvir espero de vós as coisas mais altivas".

E disse aos jurados, introduzindo minha oratória: "E o que fazemos aqui, esses dois oradores, o promotor e o advogado? Falamos das coisas mais altivas em meio as coisas mais horrendas, tristes, dolorosas, sufocantes; falamos da vida, da liberdade, da verdade, do direito, da justiça, da consciência. Vulgaridades, superficialidades não fazem parte das coisas mais altivas que devem fluir da alma de um poeta, de um orador e de um cantor, eles são mensageiros do sublime".

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A interação amorosa da vida

Hoje amanheci mais poético, o motivo não sei, e talvez por isso tenha percebido melhor o sereno esplendor do sol nascente.

E já no meio do caminho, rumo ao trabalho, retornei em casa para pegar um livro que ontem lia, e transcrever uma frase de Kahlil Gibran, que tem o sabor deste instante:

"O prazer da abelha é recolher o néctar da flor, mas é também prazer da flor dar seu néctar à abelha. Pois, para a abelha, a flor é a fonte da vida e, para a flor, a abelha é uma mensageira do amor. Para ambas, dar e receber prazer são necessidades e fontes de êxtase".

Chamo isso - o encontro da abelha com a flor - de interação amorosa da vida.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O orador perfeito

No livro Oratória Sem Segredos, Paulo Lara revela, o que, para Cícero,  grande advogado e tribuno romano, pode ser considerado o orador perfeito:

"Consideremos o orador perfeito aquele que tem a agudeza dos dialéticos, as sentenças dos filósofos, o estilo dos poetas, a memória dos jurisconsultos, a voz dos trágicos e o gesto dos melhores atores".

Destrinchando, assim compreendo, em linhas propedêuticas:

Agudeza dos dialéticos é a capacidade de se mover entre os argumentos contrários, entre os choques de opiniões,  tirando deles a síntese das melhores verdades; Sentenças dos filósofos são os argumentos sólidos, cheios de convicção, afirmatividade, profundidade; Estilo dos poetas é a beleza, a leveza, a graciosidade da mensagem; Memória dos jurisconsultos é a mente viva, capaz de armazenar dados, informações, leituras, experiências; Voz dos trágicos é a voz vibrante, sonora, saudável, límpida, forte, clara; Gestos dos melhores atores é a inteligência gestual, é o talento na comunicação não verbal.

Uma afirmação genial, essa de Cícero, do  que podemos considerar um orador perfeito.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sede de conhecimento

Fui convidado a dar palestra aos alunos do 1º período de Direito da Uninorte, em dia e horário a serem marcados.

"Os alunos estão com sede de aprender", foi o que eu ouvi. Assim é bom, a sede de conhecimento é algo que toda pessoa deveria ter, e é algo que tendo, nunca deveria perder.

 É uma das coisas que eu acho mais bonita em uma pessoa, a sede de conhecimento.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Um livro escrito com o nariz ou da extraordinária força da advocacia

Como o livro Descasos: Uma Advogada às Voltas com o Direito dos Excluídos foi escrito é uma verdadeira façanha da força da advocacia.

A autora, Alexandra Szafir, teve esclerose lateral amiótrica, doença que atingiu sua fala, paralisou suas mãos, seus pés e deixou-a imposssibilitada de escrever, andar, falar.

E o resto ela mesma explica:

 "Estava incomunicável, minhas ideias e pensamentos presos em minha cabeça. Meu nariz me socorreu. Uma fonoaudióloga chamada Helena Panham, especializada em comunicação alternativa, instalou alguns programas no meu computador, que resumidamente, funcionam assim: a webcam focaliza o meu rosto e se fixa no ponto central, que é o meu nariz. Ele passa a comandar o mouse, que se move na tela de acordo com os movimentos do nariz. Escrevo digitando um teclado virtual na tela do computador. Pode-se dizer, portanto, que este livro não foi escrito pelas minhas mãos mas pelo meu nariz".

Alexandra Szafir, você e a sua obra nos deixam  imorreudouras lições  que engrandecem a história da advocacia.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A confiança dos líderes da advocacia brasileira

Roberto Parentoni, um dos importantes nomes da advocacia nacional divulga nota em apoio a nossa candidatura a presidente da OAB/AC. Isso faz parte de  uma demonstração inequívoca da confiança que grande setor dos líderes da advocacia brasileira vêm depositando em nosso ideal de dirigir a Seccional acreana. Muito grato pelo apoio Dr. Parentoni.

NOTA DE APOIO À CANDIDATURA DO
DR. SANDERSON MOURA A PRESIDENTE
DA OAB/AC

O IDECRIM – Instituto Jurídico Roberto Parentoni, por meio de seu presidente, Dr. Roberto Parentoni, vem manifestar seu apoio à candidatura do Dr. Sanderson Moura a Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Acre.
Reconhecemos no Dr. Sanderson um competente profissional, que está preocupado com sua classe, com os problemas que aflige a todos e deseja operar mudanças e realizar ações que promovam melhorias nas condições de trabalho e de vida dos advogados e advogadas acreanos, por meio da OAB/AC.
Desejamos sucesso e prosperidade ao Dr. Sanderson Moura e toda a sua equipe na luta por todos nós, profissionais do Direito, indispensáveis à Justiça e merecedores do respeito e atenção de nossos representantes.
São Paulo, 9 de junho de 2012.
Roberto Parentoni -
Presidente do IDECRIM
Instituto Jurídico Roberto Parentoni

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A dialética da história

Tem sido grande a nossa felicidade de ver o apoio ao nosso projeto para a OAB/AC crescer a cada dia.

Manifestações várias nas redes sociais, em emails, telefonemas, encontros entusiásticos nos fóruns de todas as comarcas, nas audiências, nos escritórios, nas ruas, nos faz sentir que estamos no caminho certo, o que a própria pesquisa do Ipespe revelou.

A dialética da história não pode ser barrada por ninguém, ela é inexorável, chega-se um tempo em que não se consegue impedir as mudanças que a vida impõe, ela renova-se constantemente.

É tempo de Renovação na Ordem!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O combate a perseguição

Perseguir é uma mania dos espíritos nebulosos que fazem uso indevido do poder, que não estão preparados para exercê-lo com consciência; é infantilismo, é imaturidade, pensam que o poder que têm é propriedade deles, mas quando o perdem não passam de pobres coitados, apagados, sem brilho próprio, sem referência pessoal alguma.

Combater esse mal, o da perseguição,  ainda muito forte na tradição coronelista do Acre, ainda muito arraigado nas instituições, nos governos, nas esferas de poder local, é uma das missões sublimes que quero travar frente a OAB/AC, que tem como missão pugnar pela boa aplicação das leis, pelo aperfeiçoamento das instituições e pela dignidade da pessoa humana.

Tenho gravado na memória, como referência de atuação profissional,  a forte frase do advogado americano Clarence Darrow, que foi tão bem biografado no livro Advogado da Defesa, de autoria de Irving Stone: "Vivo a minha vida e luto minhas batalhas não contra os fracos e oprimidos - isto qualquer um pode fazer - mas contra a força, contra a injustiça, contra a opressão, contra a vilania e a infamia dos poderosos."

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Jordão sofre apartheid no Enem

Um luta justa do povo do Jordão. Publico o texto a pedido de um dos líderes do movimento, o estudante Hugo Brito, que assim disse:

"Meu amigo,   venho, junto com as vozes de 300 alunos de Jordão, solicitar amigavelmente do ilustre advogado um espaço em seu blog para uma campanha nossa: O direito de fazer a prova do Enem em nosso município. Não sei se é de vosso conhecimento, mas o Jordão sofre, mais uma vez, descaso político. Estamos fazendo uma luta em prol desse objetivo, vários blogges aderiram nossa campanha se solidarizando com nossa causa. Conhecendo o seu enorme desejo de fazer justiça e o público de seu blog, peço ao amigo, se lhe for conveniente, para postar um texto de minha autoria que conclama nossas indignações e súplica aos governantes por um direito tão fácil de ser realizado. Se for de acordo do amigo, o texto segue logo abaixo... Se o dr. Pudesse nos ajudar contribuindo também com algumas palavras, ficaríamos muito felizes. Mas caso o Dr. Não possa nos ajudar com a postagem do texto, também agradeceremos, afinal compreendemos que és um homem de muitas causas, portanto, muito ocupado. De seu amigo, Hugo Brito."
Segue o artigo.

Jordão sofre apartheid no Enem

Estamos diante de uma nova sociedade. A sociedade do “egocentrismo político”, onde o "eu" tem mais valia que o "nós", que o "outro".

O Brasil hoje é a sexta potência econômica mundial, e é a octogésima oitava potência educacional. Por que será?

Nesta última segunda-feira, dia 28 de maio, tivemos a triste confirmação diante das expectativas de mais de 300 estudantes de Jordão, algo que, já que o humanismo não permite que eu seja hipócrita, imaginávamos: Jordão, mais uma vez, não sediará a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Parece irônico, mas o município que mais necessita de uma conveniência educacional é, possivelmente, um dos que mais sofre descaso.

Senhores governantes, nós, estudantes de Jordão, acima de tudo, brasileiros, não estamos aqui pedindo favores, estamos reivindicando um direito que, enquanto cidadãos da referida nacionalidade, temos assegurado pela constituição que mais contêm artigos defendendo direitos fundamentais: reivindicamos o direito de nos sentimos brasileiros sendo contemplados com a possibilidade de fazer a prova do Enem assim como os milhares de brasileiros, que certamente não precisam sair do aconchego de seus lares para fazê-la.

Se é por mais falta de justificativa eu lhes dou mais uma: Olhem a posição geográfica do Jordão. O município mais próximo é Tarauacá, onde para chegar, nós, estudantes, teríamos que nos sujeitar a uma viagem de barco, enfrentando todas as agruras e os perigos do rio, onde o tempo de viagem seria no mínimo sete dias em estado absurdo de desconforto. Detalhe: isso, para quem tem condições de bancar uma viagem.

Venho aqui, políticos brasileiros, assim como Vossas Excelências vem às nossas portas em períodos eleitorais nos solicitar votos, venho reivindicar o direito de ser cidadão, de ser brasileiro; se, mesmo morando tão isolados, nós somos lembrados a comparecer às urnas, por que não somos agora?

  Por Hugo Brito – Jordão - AC