Leon Gambetta viveu no século XIX, na França. Tinha uma obsessão: ser advogado.
Assim, tornou-se o maior de seu tempo. E sua época foi o período de ouro da história da advocacia criminal.
Era um homem feio, cego e coxo. Porém, dono de uma voz celestial.
Aos 30 anos, ainda um moço, granjeou a celebridade.
Era chamado de o Trovão do Júri. Enfrentava o poder como um guerreiro espartano.
Seu andar no júri era poético e, com seu defeito numa perna, virava arte.
A principal caracterítica de sua defesa era a acusação. Defendia acusando. O poder, Napoleão III, ou quem fosse o responsável pelo vilipêndio dos seus defendidos.
O governo françês, num caso famoso, resolveu colocar um obstáculo físico entre Gambetta e os jurados, para evitar seu andar persuasivo. Sabia, o governo, que seu defeito físico não superaria o biombo posto.
"Com a palavra, o advogado", disse o magistrado.
Gambetta olhou, olhou, olhou o biombo e protestou veementemente contra arbítrio. Então, com toda a dificuldade de um coxo, começou a escalar o obstáculo, e o tribunal todo ficou em silêncio, e na espectativa do que ia acontecer.
Depois de muito esforço conseguiu pular para bem perto dos jurados. E com sua voz de trovão vociferou: "Respeitem a defesa, a voz da justiça vai falar."
Todo o Tribunal o aplaudiu, inclusive os jurados, que de pé, choravam de emoção. O veredicto não preciso nem dizer.
Um comentário:
Pouco, bem pouco mesmo o conheço. Mas o bastante pra dizer que "Um trovão no júri" é à sua cara: Guerreiro! Vida longa, Paz e muito Amor, Dr. Sanderson Moura! altvR brt!
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