terça-feira, 15 de abril de 2008

Primeiro a sentença e depois o julgamento

Quem já leu o conto infantil Alice no País das Maravilhas sabe que grande parte do livro narra a história de um medonho julgamento a que foi submetida Alice pelo Júri Popular.

A presidento do Júri era a Rainha de Copas, que tinha escolhido também os membros do Conselho de Sentença.

Alice respondia pelo crime de lesa-majestade, sem saber ao menos o que era isso. Alice estava sendo julgada pela sua própria inimiga.

Composto o Júri, a juíza grita: "Cortem a cabeça".

Alice protesta: " Mas, e o julgamento?"

A presidente do Júri, raivosamente, responde: " Primeiro a sentença e depois o julgamento".

Para a sorte de Alice, na hora em que iam cortar sua cabeça, ela acorda do tenebroso pesadelo.

Assim tem agido alguns julgadores. A presunção de inocência é letra morta na nossa Constituição.

O princípio é transmudado, criminosamente, em contra -princípio: "todos são culpados até prova em contrário".

O pior de tudo é que o condenado não tem a sorte que Alice teve, acordar antes da execução da sentença.

O mundo está cheio de rainhas de copas, enrustidos atrás da toga, carrascos da liberdade alheia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Na sua opinião o casal é responsável pela morte da menina que foiatirada de uma janela no sexto andar em São Paulo?