Sinto-me tão bem quando entro no Salão do Júri.
No templo que Salomão criou para distribuir a Justiça.
É um lugar onde renovo minhas energias, onde fortaleço minha missão. Para mim é um espaço místico.
"Mas como, se lá só se fala em violência, em sangue, em morte, na mulher que quis ficar com uma criança que não era dela?" Alguns podem pensar.
Mas eu não me ligo nesta força. Estou sintonizado na faixa da vida, da liberdade, da mulher que ofereceu seu filho a falsária para não vê-lo cortado pela espada do sábio rei, e desse amor a verdade nasceu, e da verdade a justiça se fez.
No jogo das polaridades está o encanto, o enlevo, o charme da roda gigante da Justiça.
No júri, a dialética.
A prisão e a liberdade.
O azar e a sorte.
A verdade e a mentira.
O amor e a ira.
A paz, a guerra.
O homem, a fera.
A injustiça.
O trabalho, a preguiça.
Deus e o demônio.
A culpa e a inocência.
A escuridão e a clareza.
O tudo, o nada.
O vício, a virtude.
O velho, a juventude.
A tirania, a democracia.
A riqueza, a pobreza.
A loucura e a sanidade.
O orgulho e a humildade.
A inteligência, a ignorância.
A calma, a ânsia.
O ataque, a defesa.
E a tese e a antítese.
E a síntese, sempre harmônica.
Sempre salomônica.
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