quarta-feira, 30 de julho de 2008

Julgamento alheio

Na balança do ódio, da inveja, da raiva, do preconceito, dos interesses, não há espaço para Justiça. Sereno julgamento, bondade, equilíbrio, pureza, prudência, verdade, esses elementos sim, assessoram a Justiça, essa tão espiritual virtude. O texto abaixo nos indica o caminho que devemos seguir quando se trata da forma de julgar os outros.

Famosos são os julgamentos da História. O de Nuremberg, que o Mundo todo acompanhou, opinando pela punição dos que barbaramente, durante a Segunda Guerra Mundial, haviam torturado e matado seres humanos.

O de Jesus, em que se verifica a injustiça gritando alto e superando o bom senso da justiça e da verdade.

Julgamentos de pessoas famosas que cometeram atos criminosos ou desabonadores.

Julgamentos de criminosos que, de alguma forma, envolveram pessoas famosas, como o caso do raptor do filho de Lindenberg.

Em tais processos, sempre a opinião pública se inflama e de alguma forma, influencia os próprios jurados, de maneira a que esses condenem ou absolvam.

Desde as primeiras idades, quando a chama tênue do pensamento de justiça acendeu no homem, ele começou a julgar os seus irmãos.

Muitas vezes, o sentimento de justiça ficou empanado pelas paixões e interesses mesquinhos, levando o homem a cometer erros, punindo seu semelhante com o cerceamento da liberdade, o confisco de bens e a morte.

Nos dias atuais, prosseguimos a julgar o semelhante com todo rigor, sem estabelecer critérios e princípios básicos.

Afoitos, opinamos e damos a nossa sentença tão logo a imprensa torne pública a conduta desta ou daquela criatura, embora desconhecendo detalhes e razões.

E não tememos aumentar um pouco a intensidade da falta cometida, mesmo para justificar a impiedade com que julgamos e a sentença que proferimos.

Por vezes, a inveja por não ter conseguido alcançar a posição social, o cargo ou a função do julgado, nos incita ainda mais ao julgamento arbitrário.

E, mesmo assim, prosseguimos a nos afirmar cristãos. Seguidores de Jesus que ensinou:
Não julgueis para não serdes julgados, porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros.

Há necessidade de cultivarmos a indulgência e a empatia. A indulgência para olharmos os que erram com olhos de quem sabe que o equivocado é sempre um Espírito enfermo.

Não necessita do nosso frio julgamento, mas do nosso auxílio para superar sua problemática.

A empatia, a fim de nos situarmos no lugar daquele que julgamos e nos indagarmos se fôssemos nós os julgados, como nos sentiríamos?

Fosse nosso filho o julgado, como estaria o nosso coração?

A questão do julgamento nos parece fácil, porque os que são trazidos à barra pública do Tribunal não passam de números. Sequer nos recordamos que são seres humanos.

Mas são Espíritos imortais, exatamente como nós, e merecem receber justiça, não impiedade ou a carga das nossas frustrações.

A autoridade para censurar está na razão direta da moralidade daquele que censura.

Aos olhos de Deus, a única autoridade legítima é a que se apóia no exemplo do bem.

A base da Justiça Divina se assenta na misericórdia de nosso Pai Criador.

É por esse motivo que Ele nos concede a reencarnação como bendita oportunidade de reparação de nossas faltas, ao tempo que nos faculta crescer e produzir no bem.

Redação do Momento Espírita.
Em 23.05.2008.

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