quinta-feira, 19 de junho de 2008

Confesso que lutei

Li, recentemente, o livro Fórmula do Sucesso na Advocacia, do famoso advogado tributarista Raul Haidar. Condensou, em belas páginas, trinta anos de experiência no ramo.

Ensina o velho causídico que nossa profissão se constrói com profissionalismo, perseverança e paciência.

No caso Roberto Filho procuramos agir assim. Sabíamos que a guerra não seria fácil. Seria longa, arriscada, cansativa, emociante, cheia de altos e baixos.

Sentia o peso da causa como se estivesse levando em meus ombros o peso de uma montanha.

Noites insones, intensos diálogos comigo mesmo, sofrimento escondido, abafado. Não desfrutei Natal, Ano-Novo, Páscoa, mergulhado que estava nos hábeas corpus e nos embates públicos relacionados ao episódio.

Não foi fácil enfrentar poderosos, arrostar ilegalidades, rebater inverdades, impor limites a irracionalidade acusatória, sem perder a ternura, a ética, o respeito as instituições e as pessoas.

Ao contrário do que esperavam os opositores de Roberto e Bebeto, a sociedade demonstrou simpatia pela causa, e a imprensa cobriu os fatos ouvindo a defesa, com muita atenção e respeito.

Não fiz esse trabalho sozinho, seria impossível. Recebi a ajuda de muitos.

Alguns quiseram denegrir, na escuridão do anonimato, minha honorabilidade, inventando boatos para agradar e se aproximar de autoridades. Andei por terreno pantanoso, cheio de jacarés vorazes e almas invejosas. Mas fixei meus pensamentos na faixa da luz e tive a proteção divina.

Não tenho dúvidas que este caso estará entre os maiores e mais complicados processos da minha vida profissional.

Aprendi bastante, cometi erros, acertei também, falei, silenciei, avancei, recuei, perdi, ganhei, ri, chorei. Aprendizagem que nenhum curso de doutorado consegue oferecer.

Muito acertadamente a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Acre concedeu a Roberto e a Bebeto o direito à liberdade para aguardar os recursos nessa condição.

Peço a Deus que continue iluminando nossas instituições e seus representantes, para que nosso Acre seja a cada dia menos político, e mais jurídico, civilizadamente jurídico.

5 comentários:

Anônimo disse...

Valeu Sanderson, conhecemos a sua capacidade, seu talento e sua honestidade sabiamos que você ia conseguir, não só essa vitória, outras virão aguarde. beijos conceição

Anônimo disse...

Você tem se saindo muito bem na carreira que você escolheu, é isso aí, nunca desamine pois você vai longe.

Rachel Moreira disse...

Parabéns pela atuação como advogado... Mas parabéns mesmo pelo texto, belissímo, gostoso de ler... Assim como são as crônicas.

Anônimo disse...

COMBATI O BOM COMBATE, TERMINEI A CARREIRA, GUARDEI A FÉ...Faço das palavras do apóstolo Paulo a mais perfeita definição do desenrolar dessa sua luta, de fato, uma análise da história de vida de cada cristão verdadeiro, seja nos exemplos bíblicos, seja em nosso dia-a-dia, permite ver que não cessam de combater, de lutar. Isso evidencia, a mais não poder, que desde o primeiro, até o último dia do fim da carreira terrestre do ser humano, ele deve se preparar para COMBATER O BOM COMBATE.
Grande abraço Sanderson e felicitações.

Anônimo disse...

parabens voce foi um guerreiro