Conheci um advogado que, ao fazer sustentação oral no Tribunal do Júri, a todo momento, recorria as expressões religiosas, como forma de convencimento.
Sem estudar os autos, acreditava que a manifetação hiperbólica de sua fé seria suficiente para convencer os julgadores, e, assim, conseguir a absolvição.
E começou: "Essa prova, senhores jurados, não pode ser aceita, porque ser for aceita... Aaaaafé Maria Nossa Senhora Deus nos defenda de todo o mal".
E assim levou a defesa.
"Isso aqui é verdade, por Deus do Céu".
"Isso aqui é mentira, por Nossa Senhora".
Na conclusão da sustentação oral, empostando a voz, verberou: "Não pode haver condenação porque se houver condenação... Aaaafé Maria Nossa Senhora Deus nos defenda de todo o mal".
Os jurados decidiram contra o réu por seis votos a um.
O advogado, irresignado, murmurou: "Ah seiscentos milhões de diabos". Não sei de onde tirou tanto diabo.
Saiu espraquejando e difamando a instituição, pra Deus e pro mundo, e nunca mais deu as caras.
E ainda hoje acha que tem autoridade para criticar o Tribunal do Júri.
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