quarta-feira, 18 de junho de 2008

No jardim das palavras



No jardim das palavras, a rigor, não gosto muito dos romances, são longos, enfadonhos e de leitura comprida. Só leio os que valem a pena serem lidos.

Há quem goste de José Saramago, bom proveito. Seus parágrafos infindáveis e sem respiração me cansam.

Prefiro o conto, a parábola, a crônica, os aforismas, os provérbios, as histórias curtas da tradição oral. São mais proveitosos.

Comprei um livro ontem sobre as estratégias do advogado nas audiências, e deparei-me com uma sapiente frase latina que diz: Lex non este textum sede contestus - a lei não é o texto, mas o contexto.

A partir deste brocardo, um mundo de argumentos se abre a meu favor, principalmente nas teses que defendo no Tribunal do Júri para justificar a ação de alguém.

Já absolvi um réu no Júri Popular sem precisar recorrer a nenhuma lei escrita; a frase de Ortega y Gasset, filósofo espanhol, me bastou: "Eu sou eu e as minhas circunstâncias".

Daí porque aprecio tanto os textos curtos, as histórias precisas, as verdades reveladas em poucas páginas. Lembro-me de um pensador americano que falou: "não existe nada de tão importante no mundo que não possa ser escrito em uma lauda".

A objetividade, a concisão, a clareza, a brevidade, a simplicidade são as flores que precisamos cultivar no nosso jardim feito de palavras.

Um comentário:

Eliza disse...

Sanderson,

Parabéns aquele menino que eu via virou um grande homem em prol da sociedade Acreana.