A Câmara Criminal, à época, era composta do Desembargador Francisco Praça, do Desembargador Arquilau Melo e Feliciano Vasconcelos, que honram nosso Palácio de Justiça.
Ouvimos certa feita do Desembargador Arquilau, que o advogado sofre muito e que quando perde a causa tem o direito de se indignar, mas depois não, precisa ter serenidade e esquecer das batalhas, das que ganhou e das que perdeu, pois senão sua alma passa a viver em constante desalinho. Grande lição de quem já foi um advogado.
Esse momento de irritação já aconteceu com todos os advogados, mas depois passa.
Vou contar a reação do doutor Elias Antunes frente a uma derrota. Elias mora no meu coração.
Às 10h da manhã, o advogado Elias Antunes liga para a secretaria da Câmara Criminal para saber do resultado de um Hábeas Corpus impetrado em favor de um cliente seu.
A secretaria informa que tinha sido negado por todos os desembargadores, à unanimidade.
E no telefone, de inopino, verseja, o criminalista, puto da vida:
"Valei-me Todo-Poderoso
Nosso Pai Celestial
O diabo tomou conta da nossa Câmara Criminal
Composta pelo Praça
O Feliciano e o Arquilau".
A secretária, sem saber o que fazer, fez um sinal da cruz e desligou o telefone imediatamente.
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