Em meados do ano de 2003 defendi um pobre coitado que estava há mais de dois anos preso, acusado de um homicídio que não cometeu.
A defesa foi pro bono, assim falamos quando defendemos para o bem, gratuitamente, movido apenas por ideais. Não deixo de fazer isso. Nunca recusei nomeação no Tribunal do Júri para fazer a defesa de homens carentes. Falam que Deus é Amor, mas para mim a frase que mais consola meu espírito é que Ele é Justiça.
Dediquei-me a causa, de mente e de coração. O acusado foi absolvido por seis votos a um.
Até hoje esse rapaz me liga, e me agradece. Quando pode, deixa na minha casa verdura, galinha caipira, queijo, e até uma rede já me deu, pois é um exímio fabricante delas. Não adianta eu recusar. Ele sempre diz que o que eu tinha feito não se pagava nunca. Respondo sempre: "Eu não, o Espírito da Verdade, fui apenas um instrumento".
Esse gesto de gratidão muitos já receberam, e também sabem da felicidade que nasce na alma do criminalista. Justiça e Gratidão, como Deus está tão presente nestas duas virtudes!
Um comentário:
A citação é do Apóstolo Pedro. Atos 3:6.
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