Por volta do ano de 92 a.C. um dos homens poderosos de Roma, chamado Crasso, mandou fechar todas as escolas romanas que ensinavam a arte da oratória, alegando, de forma genérica, que elas nada ensinavam, apenas deixavam os jovens vazios, imprudentes e presunçosos, já que seus professores não tinham a cultura necessária para ensinar tal ofício.
Crasso ficou conhecido também por suas manobras militares voluntaristas, sem planejamento, sem exame prévio ou empregos de estratégias militares adequadas, o que lhe levou a ruína e a morte em campo de batalha.
Diz Vitorino Prata Castelo Branco, em seu clássico livro O advogado e a defesa oral que "Crasso ficou conhecido na História como símbolo da ignorância, pois dizer que um erro é crasso é a mesma coisa que dizer que é um erro sem desculpa".
Crasso, ao fechar as portas das escolas de oratória em Roma, mostrou toda a sua estupidez ao impedir o crescimento intelectual dos jovens. Depois de sua morte, outros mestres de retórica reabriram-nas, desenvolvendo o grande potencial que Roma tinha para nobre arte da palavra, chegando mesmo a se igualarem com os gregos, seus inspiradores culturais e antigos rivais, com nomes como os de Cícero, Catão, Brutus, Tibério, Hortênsio, Caio Graco, Júlio César, Marco Antonio, Plínio, Quintiliano e tantos outros.
Não seja um "Crasso"; não feche as portas de sua inteligência verbal. É um erro crasso não querer aprender oratória.
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