Feliz de ter chegado em minhas mãos um raro livro, editado em 1977, que comprei recentemente num sebo paulista. É a obra Missão do Advogado, que citei por aqui dias desses, de autoria de Prado Kelly, ex-presidente da OAB - 1960-62, e ex-ministro do STF.
Em um dos textos do livro ele traça com maestria os apanágios, os atributos do advogado ideal. Pinta um belo quadro da nossa profissão ao dizer que o advogado ideal é aquele "cônscio da sua missão, zeloso dos seus deveres, votado por inclinação natural ao estudo e a pesquisa, probo e diligente como os que mais o sejam, servido a um só tempo de energia e paciência, de fé e magnanimidade, destro no manejo das armas do ofício, experimentado no exercício da lógica e no culto do sentimento, tão meticuloso na meditação e no preparo das causas quanto pugnaz no debate".
E continua seu perfeito retrato do advogado ideal: "Assim urbano e tolerante com os clientes e adversários como suscetível e intransigente no que toque à hombridade profissional, polido e atencioso com juízes mas inflexível na defesa da justiça e da liberdade ante os poderosos, servo da lei e das garantias individuais até os extremos da resistência legítima, cidadão vigilante e colaborador do Estado em tudo que se relacione com a normalidade e progresso da ordem jurídica".
Meditemos, pois, para nosso próprio benefício e autoaperfeiçoamento, em cada traço desse belo e elegante retrato do advogado ideal, tão perfeitamente pincelado por esse homem, que tinha plena consciência da missão de seu ofício.
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