quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sobre mestres e professores do direito

Geralmente usamos a palavra mestre como sinônimo de professor. Dia dos mestres, dia dos professores.

Certa vez um grande filósofo explicou: "Você sabe qual a diferença entre um mestre e um professor? O mestre conhece e comunica o que conhece. O professor recebe o conhecimento de alguém que conhece e o entrega intato as pessoas."

No direito essa diferença é bem visível. Os mestres vivem, experimentam, conhecem, criam, enriquecem o direito com a luz da originalidade. Geralmente são homens práticos, que aprendem com a vida.

Os professores são homens eruditos, com títulos e mais títulos acadêmicos, de cultura técnica invejável. Escrevem livros, elaboram teorias, teses, escrevem de maneira rebuscada, mas geralmente vão repetindo o conhecimento dos outros, com uma nova roupagem, com novas palavras.

Ambos ensinam, e são importantes.

Mas sempre preferi aprender direito com os mestres, chego mesmo a dormir de nostalgia quando leio, por dever do ofício, um livro técnico do direito. O academiscismo, o pedantismo da linguagem barroca extempôranea, tira a beleza do conhecimento.

Deleito-me em ler livros de casos criminais, reproduzidos em livros ou transformados em filmes. A defesa, a acusação, as teses, as provas, a luta, a vida, a dinâmica do direito. Estudar a lei a partir da experiência, do concreto, do vivido, é assim que aprendi a gostar do direito e a amar a advocacia, que é movimento, que é fluição, que é vibração.

Continuo a aprender com o saber erudito dos professores, mas nada mais belo, mais enlevado, mais mágico que ouvir as palavras sábias de um mestre do direito, aquele homem feito da rica matéria-prima da realidade.

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