segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Arrebatação

Onde acaba a razão faz-se uso da violência. Assim é que se procede nos regimes totalitários, nos ambientes sufocados pela tirania.

A palavra é cortada, silenciada, vergada, cassada, perseguida, pela truculência das armas, das leis injustas, dos homens maus.

Mas é com a palavra que esses regimes são derrubados. Chega um momento em que ela reage, arrebata, como a força das águas, dos ventos, do fogo. É energia que mobiliza, agita, rebela, desejando florescer.

Como dizia Rui Barbosa, " a palavra, nessa atmosfera eletrizada, adquire estranha sonoridade, lampeja, deflagra, atroa, fulmina". "A palavra, como a funda de Davi, abate os violentos e faz tombar os fortes" (Anatole France). E não tem ditadura que se sustente.

A palavra desabrocha e floresce exalando toda a fragrância no parto dos sentimentos e dos pensamentos.

Nenhum comentário: