O grande psicólogo criminal Emílio Mira y Lopes dizia que o homem possui duas almas: uma diurna e outra noturna.
A diurna é racional, mais frenética. A noturna é mais emocional, mais serena.
Segundo Rubem Alves no livro Ostra Feliz não Faz Pérola, nossos sentimentos e pensamentos não sãos os mesmos quando iluminados ora pela luz do sol ora pela luz da lua. Sob a luz do sol nós trabalhamos. Sob a luz da lua nós amamos.
Dois grandes estudiosos da alma humana chegaram a mesma conclusão por caminhos muito parecidos.
Há uma aplicabilidade prática desses ensinos no ato de julgar. Eu mesmo já testei em duas oportunidades.
Quando precisava de um júri mais lunar, arrastava-o noite adentro, até chegar o momento da minha sustentação oral, onde explorava a misericórdia, o amor, a compreensão, a piedade, a família.
Quando o caso exigia um júri mais solar, fazia de tudo para falar quando o dia ainda estivesse presente. Falava da razão, da razoabilidade, da lei, da ordem, da lógica.
Essas dimensões da mente humana, que se complementam, a própria ciência vem desvendando. O lado esquerdo do cérebro está realacionado predominantemente com as palavras, com os números, com a análise. O lado direito, com o ritmo, com a poesia, com a imaginação, com o devaneio.
Aplicar esses segredos da melhor maneira na nossa vida exige de cada um o aperfeiçoamento diário do espírito.
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