A aromaterapia é um técnica de cura muito antiga, inventada pelos sacerdotes egípcios, onde as inalações das essências das plantas ajudavam as pessoas em tratamentos de problemas físicos e psíquicos.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
O cheiro de Jasmin
terça-feira, 26 de agosto de 2008
A imensidão de Deus
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
As dimensões da alma
A diurna é racional, mais frenética. A noturna é mais emocional, mais serena.
Segundo Rubem Alves no livro Ostra Feliz não Faz Pérola, nossos sentimentos e pensamentos não sãos os mesmos quando iluminados ora pela luz do sol ora pela luz da lua. Sob a luz do sol nós trabalhamos. Sob a luz da lua nós amamos.
Há uma aplicabilidade prática desses ensinos no ato de julgar. Eu mesmo já testei em duas oportunidades.
Quando o caso exigia um júri mais solar, fazia de tudo para falar quando o dia ainda estivesse presente. Falava da razão, da razoabilidade, da lei, da ordem, da lógica.
Aplicar esses segredos da melhor maneira na nossa vida exige de cada um o aperfeiçoamento diário do espírito.
A filmoterapia e um pouco da minha vida

Gilvan foi um dos jurados populares que apreciaram os filmes apresentados naquele importante evento da cultura nacional, o que com certeza o fez com a maior competência e entusiamo, honrando o povo acreano.
O que me chamou a atenção foi o fato do doutor Gilvan receitar filmes como auxílio no tratamento de seus pacientes.
Lembro-me que antes de ser advogado criminalista, e mesmo antes de me formar em história, ainda adolescente, eu era apaixonado pelos filmes que envolviam julgamento. Fascinava-me a atuação dos advogados convencendo os jurados e lutando contra a maldade, no mais das vezes representado pelo promotor público, que só acusava visando alcançar algum cargo político.
A imagem de São Miguel derrontando Lúcifer, ou de São Jorge enfrentando o Dragão, representam bem a simbologia que navegava nos meus pensamentos. O Bem vencendo o Mal.
Aos dezesseis anos fiz meu primeiro júri, simulado, como advogado, paradoxalmente, de Fernando Collor, e venci. A beca que usei foi uma batina emprestada pelo Padre Humberto, pároco de Tarauacá, já falecido.
Encontrei minha vocação assistindo aos julgamentos nas telas. E profetizava para mim mesmo: "Quero ser advogado criminalista".
O destino empurrou-me, primeiramente, para fazer o curso de História, também uma paixão.
Quando terminei o curso ingressei, numa seleção difícil, no mestrado em História Oral, juntamente com Sávio Maia, Carioca, Sérgio Roberto, a professora Maria José, e tantos outros que tinham sido, inclusive, meus professores.
Despontou por essa época o filme O Advogado do Diabo, que impulsionou-me na mudança de rumo, embalando ainda mais meus sonhos.
Larguei o mestrado, quase na metade, recebendo uma saraivada de críticas.
Mesmo sem garantia alguma que passaria no vestibular, danei-me a estudar, dia e noite, freneticamente, por dois meses, em casa mesmo.
Era uma questão decisiva na vida. Se não passasse tinha perdido o mestrado, sem a contrapartida que esperava.
Graças a Deus passei. Formei-me e hoje sou advogado criminalista. Gravo todos os júris importantes que faço, talvez lembrando-me dos meus devaneios de adolescentes, vendo os advogados brilharem nas telas do cinema.
Hoje sou um colecionador de filmes de julgamento. Comprei recentemente O Processo de Joana de D´arc, de Robert Bresson, que reconstitui, cinematrograficamente, baseado nos autos do processo, a história dessa mística mulher, que sozinha, enfrentou os ferozes juízes do Tribunal da Santa inquisição.
Quando me sinto fragilizado na minha profissão recorro aos filmes de Tribunal, buscando ânimo, coragem, perseverança, carisma, e todas as virtudes indispensáveis ao criminalista. Depois, peço a Deus essas virtudes para continuar sempre firme no caminho da justiça.
Isso é filmoterapia. E o doutor Gilvan, como conselheiro da alma humana, sabe que existem outras formas alternativas de tratamento, não tão comuns, que auxiliam o homem a sair de seus labirintos mentais.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Arco-íris de asas ligeiras
Senhora de si mesma
Um nobre amigo

quarta-feira, 20 de agosto de 2008
A sacralidade do júri
O presidente exorta os juízes da seguinte forma: "Concito-vos a examinar com imparcilaidade esta causa e a proferir a vossa decisão, de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça".
Os jurados, individualmente, respondem: "Assim o prometo".
Grandes palavras no texto da lei, ditas de pé, honrando o que se vai dizer.
O examinar é a observação minuciosa da causa, o ver bem, o perquirir, o verificar.
A imparcialidade é a maior virtude do juiz. Ao examinar o fato descobre a verdade e aplica a justiça, independente de quem esteja sendo julgado.
De acordo com a consciência. Com a ciência, com a luz interior, com os valores elevados que nela estãos presentes em todos os seres humanos, como dádiva do Criador. Tudo o que precisamos para decidir bem está gravado na memória da humanidade. Basta procurarmos e encontraremos, mas tudo deve está de acordo com ela.
E também com os ditames da justiça. O que a justiça dita, impõe, ordena, de dar a cada um aquilo que lhe é devido.
Os jurados prometem cumprir a exortação feita pelo magistrado.
Prometer é assegurar que alguma coisa será feita, que será cumprida. A promessa aqui é santa, espiritual, líquida e certa, como aquela da terra prometida.
Exortar é animar, instigar, concitar, dar vida, aconselhar. Essa expressão é bem bíblica: "exorto-vos a seguir o caminho da reta justiça.
A sacralidade é elemento do Júri Popular, que tem origem religiosa, vem de muito alto.
Os gregos, antes de realizar os julgamentos no Areópago, espargiam água benta e acendiam incesos como forma de espulsar todas as impurezas e maldades dos homens e dos demônios.
O Júri tem todo o seu segredo. Acolhe aquele que o respeita e expulsa de seu convívio os chicaneiros, os charlatões, os imorais, e tudo o que não condiz com sua natureza superior.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Um nova fase na minha vida e na vida do júri
Em todos atuei na má companhia do cigarro.
A tensão do Júri é um prato cheio para que o viciado fume de duas a três carteiras por dia, como forma ilusória de acalmar os nervos.
Há quem diga que passarei, nesta quinta-feira, por uma importante prova de fogo.
O Júri que farei não é daqueles de grande complexidade, mas é Júri. Para o advogado criminalista a responsabilidade com a liberdade alheia é igual em qualquer julgamento, seja ele grande ou pequeno.
A maior alegria do ex-fumante é conseguir fazer os percursos que fazia desacompanhado do cigarro. As manhãs, as tardes, as noites, os dias da semana, os afazeres, as viagens, as reuniões... É como se o escravismo fosse cedendo espaço para luz da liberdade, ou seja: "Agora faço o que eu fazia, sem a fumaça do cigarro."
Sem dúvida alguma o júri de quinta-feira, será muito importante para mim. Minha vida como advogado tem sido uma constante dedicação a ele, e isso só tem me proporcionado alegrias. Agora essa dedicação tem nova fase, e o Júri, novo rito, uma boa coincidência, ambos sem os vícios de outrora.
Rogo a Deus que seja muito melhor do que a anterior, pois estarei colocando minha palavra, agora mais limpa, em favor dos direitos daqueles que defendo.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Os dons
Dom de cantar, de falar, de poetisar, de esculpir, de desenhar, de ser gentil, de liderar.
Cabe a cada um de nós descobrir seu verdadeiro dom e trabalhar pelo seu burilamento.
O dom é um serviço em favor da humanidade. Se Deus lhe concedeu foi porque você fez por onde. Durante suas vivências se aperfeiçoou, buscou, fez bom uso dele.
Um dom não é para sempre. Você o perderá, caso não faça bom uso. Jesus explica bem isso, na parábola dos talentos.
O talento, podemos dizer, é o dom que administra o dom. Não basta ter o dom, tem que saber administrar, ou seja, tem que ter o talento.
Na música, na palavra, nas artes plásticas, a beleza deve está a serviço do bem.
Ao invés de invejarmos, devemos admirar, prestigiar, se encantar, com o dom que uma pessoa apresenta, isso é um dom também.
A própria palavra dom tem seu fascínio. É curta, sonora, como se fosse um mantra: dom, dom, dommm... dom, dom, dommmmm.
Não podemos esquecer que o dom nos foi dado. Dom lembra a palavra dou, do verbo dar, um dáviva do Dono, cabe a nós honrá-lo.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
O julgamento do coração
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Acabou a festinha
A Polícia Federal fez vista grossa para as ordens do Supremo Tribunal Federal e algemou, numa de suas operações festivas, 32 duas pessoas. Eles gostam de brincar com algemas.
Os regimes autoritários adoram algemas. Mas a brincadeira acabou.
O Supremo imediatamente deu a resposta e editou uma Súmula Vinculante para coibir o uso injustificado de algemas.
Caso se prove o abuso, a investigação poderá ser anulada, a prisão revogada e a autoridade responder civil, administrativa e criminalmente.
É assim que se faz, numa democracia séria, de homens sérios. Precisamos da Polícia, mas não podemos dispensar os princípios constitucionais que regem o ordenamento jurídico brasileiro.
Nem durante o período medieval, quando o Hábeas Corpus foi criado, há mais de 700 anos, na Inglaterra, o cidadão, que apenas respondia a processo, sem sentença contra si, podia ser algemado.
Não podemos abrir espaço para os inquisidores malucos, cães hidrófobos, que querem satisfazer suas taras - no fundo, de ordem sexual - humilhando publicamente os outros.
Essas operações da Federal, lembra-me Marat, o revolucinário jacobino que pedia, loucamente, da Tribuna da convenção, a prisão e a guilhotina para todos os supostos criminosos contra-revolucionários.
A reação do Supremo, foi bem ao estilo do corajoso Miraboau, em resposta a Marat: "Dêem um copo de sangue a este canibal porque ele está com sede."
O que é ter glamour
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Verificar é ver a verdade
O advogarca
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Justiça sem a fumaça do cigarro
O fumante fuma na alegria, fuma na tristeza, fuma à toa.
O café, o almoço, a cerveja são os melhores anfitriões do cigarrro.
Vício complexo, cheio de armadilhas. O advogado do cigarro é poderossíssimo, tem cada argumento. "Meu companheiro". "Depois do cafezinho é bom demais". "Quem fuma morre, quem não fuma morre também". "O cigarro mata devagar, mas quem disse que eu estou com pressa". "Dona Raimunda fumava e morreu com 96 anos".
Só que eu estou demonstrando ao advogado do cigarro e ao próprio, que também sei me defender, e que no tribunal de minha consciência, quem decide sou eu.
Esse micróbio que sobreviveu a tantos anos, alimentado por mim, chegou ao final da vida. O enterrei, depois de tê-lo queimado vivo, no fundo do meu quintal.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
O advogado de Deus
A justiça humana pode estar em sintonia com a justiça divina. Neste caso, o trabalho do advogado fica mais fácil.
Mas quando a justiça humana se divorcia da justiça divina cabe ao advogado tomar uma posição, de um lado ou de outro.
Sua profissão será mais bela quanto mais se aproximar dos mandamentos superiores da justiça de Deus
Pode , então, se perguntar: Como discenir que tal justiça é humana ou é divina?
Não é fácil, mas é possível. Deus nos deu consciência para analisar, verificar, ponderar, sopesar, tudo nela está gravado. Fazendo isso direitinho saberemos encontrar a resposta.
Já se afirmou que a advocacia quando mal exercida é a mais vil das profissões, mas quando bem exercida é a mais nobre de todas.
Esse misticismo que envolve a profissão é a mola que impulsiona as grandes ações dos advogados, revelando toda a sua força, todo o seu magnetismo em favor da justiça e da verdade.
Quem conhece bem a história da advocacia não pode deixar de se curvar ao charme que ela desperta no íntimo de cada um.
Quanto mais estivermos a serviço de grandes ideais mais honraremos nosso ofício.
Deve o advogado, por dever de consciência, se afastar do caminho do mal, e levantar a bandeira suprema do bem. Veremos como Deus nos usa nas grandes causas da humanidade.
Parabéns ao que fazem da advocacia uma profissão santa, cheia de rosas, de poesias, de canções, mesmo num mar revolto, mas marinheiro bom sabe navegar em assombrosas ondas.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Expliquem a morte de Sinval
Alguns, a serviço da versão oficial, para justificar a morte do cidadão preso, sem culpa formada, dizem que era um perigoso bandido, de extensa ficha criminal, e que merecia morrer. O principal não explicam: O Estado cumpriu seu papel de cuidar devidamente do preso?
A esposa da vítima e presidiários que acompanharam o drama de Sinval dizem que não. Ele já vinha sofrendo a vários dias, com dores, falta de ar, pressão desregulada, mesmo assim não recebeu atendimento médico, de acordo com a gravidade de seu quadro clínico naquele momento.
O Samu não foi acionado para atender o preso, sendo que foi levado no carro da Polícia Militar, algemado, humilhado, sufocando sem o oxigênio que lhe faltava, nem mesmo dispunha das mãos para apertar em seu peito, para abanar o seu rosto, para clamar por socorro. Uma morte muito dolorida.
Nem a OAB/AC nem a Associação dos Defensores Públicos, até o presente momento, externaram posicionamento acerca do assunto, talvez pelo fato de estarem, juntamentente com a Secretaria de Segurança Pública e o IAPEN, envolvidos no seminário que trata dos problemas penitenciários do Acre, mormente no que diz respeito às abusivas prisões preventivas que crescem aos magotes em nosso Estado. A verdade cedeu espaço para a conveniência.
A família de Sinval afirma que ele era inocente e que estava preso desnecessariamente.
Concordo com a família. Sinval era inocente porque não tinha sentença contra si, e estava preso ilegalmente, já que preenchia os requisitos para aguardar o julgamento em liberdade.
Morreu sob a responsabilidade da administração penitenciária, que precisa explicar direito como os fatos se deram, pois tudo indica que houve culpa por parte do Estado, que não foi capaz de garantir a vida do encarcerado.
O que temos visto no sistema penitenciário do Acre é a burocratização sufocando o princípio da humanidade, que deve nortear todo o cumprimento da pena do condenado. Dados disso, dados daquilo, levantamentos, planos, e nada sai do papel, têm mais de dois anos. O preso é um objeto e não um sujeito de direitos, um animal qualquer, isso mede o grau de civilidade de um país, de uma região, de um estado. O silêncio diante do fato também mede o tamanho da nossa sinceridade.
Enquanto isso, o que mais se necessita na execução penal são de homens bons, públicos, cívicos, que não abusem de seu poder - num local tão propício a essas taras -, que tratem os presos nos termos legais e constitucionais, que não violem seus direitos internacionalmente consagrados.
Sinval passou de suspeito do cometimento de um crime para vítima fatal da odiosa prisão preventiva e de administradores que não respeitam a vida humana, que lhe tiraram a vida, deixando órfãos e viúva, que trouxeram desgraças as seus familiares, dor para seus amigos e muita tristeza para os que se preocupam com a civilidade do cumprimento das medidas prisionais.
A família deve exigir apuração rigorosa, comunicar o fato ao Ministério da Justiça ao Conselho Nacional de Justiça, pedir providências da Ordem dos Advogados do Brasil, que não pode se quedar silente, para que a morte de Sinval não seja mais uma do sistema penitenciário do Acre a ficar sem explicação, ou ser explicada na versão de setores da imprensa paga pelo governo.
É por isso que a participação da Associação dos Advogados Criminalistas do Acre no debate que acontece no Teatrão, foi preterida, não se comportaria com servilidade, do jeito que eles gostam. Imagine um fato tão grave como esse sendo abordado... entre outros... as autoridades não teriam como justificar, frente a frente, sem se esconder nos biombos da mentira.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Não esqueçam das prisões ilegais e de tantos outros abusos
Quem sairá bem no quadro será Laura Okamura e sua equipe dos 40 "estrangeiros", que tem aproveitado esses encontros, por ordem superior, para recuperar a sua imagem abalada diante da opinião pública acreana.
Estranhamente, a principal entidade que representa os advogados que labutam na área penal ficou de fora. A Associação dos Advogados Criminalistas do Acre-Acrim nem ao menos teve referência na propaganda oficial do evento, seja como realizadora, convidada ou apoiadora, enquanto outras, alheias aos problemas, ou mesmo causadoras deles, ganharam destaque. A entidade não foi chamada para discutir nenhum dos temas da pauta, mesmo sendo a pioneira a polemizar sobre o objeto do seminário - que perde, assim, grande parte de sua legitimidade.
Segundo informações oficiosas, a exclusão é devido à forma contundente e livre como a entidade expõe o problema, sem sentir a necessidade de agradar ou de ser agradada por fulano ou beltrano. A intenção da Acrim é a de impor a autoridade da Constituição Federal, o que gera simpatia da sociedade, causando ciumeira em muitos.
Para alguns, a presença da entidade poderia apagar o brilho de outras, ou mesmo causar constrangimentos a alguns lobos vestidos de cordeiros. Houve pedidos para excluir a Acrim do debate, exatamente porque não procura os afagos do poder. Só por aí você já pode perceber que o encontro terá outros objetivos nem tanto revelados. Coitados dos presos, que poderão servir de escada por onde alguns subirão para serem vistos melhor.
A Acrim seguirá seu rumo, como trincheira da Constituição, batalhando pela legalidade e pela democracia, pela justiça e pelo direito, pela verdade e pela ética, independente de figurar nos encontros de doentias vaidades. O ideal é muito mais elevado.
A liberdade do advogado é garantia inalienável do cidadão
Roberto Vaz enviou-me o artigo abaixo, de autoria de Iberê Bandeira de Melo, renomado criminalista brasileiro. Como no passado, mais uma vez os advogados deverão liderar a resistência contra o estado policialesco em que vivemos, que em nome de um falso combate a criminalidade, desprezam a democracia brasileira preparando terreno fértil para o ressurgimento de um regime autoritário no país.