Comprei ainda pouco um livro intitulado Formação do juiz: anotações de uma experiência, de Lourival Serejo, Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão.
Gostei muito da obra, escrita em forma de diário. No dia 6 de setembro de 2006, escreveu:
"Ser juiz é coisa séria. A cada dia precisamos nos avaliar. O dia em que acreditarmos em nossa perfeição, deixaremos de ser juiz e passaremos a ser um perigo para os jurisdicionados".
Fica aí a lição de quem vê as coisas com mais consciência!
3 comentários:
Compreender o sentido da justiça, da dignidade, do humano é sem dúvida dar-se conta que o mundo, bem como as leis não devem se dar como expressão do claustro, mas, sim, do contato mútuo entre homens e mulheres que, em hipótese alguma devem definir com precisão o certo e o errado. Por isso, caro Sanderson, compreendo que o grande desafio que se impõe aos juristas brasileiros é, sem dúvida, não se arvorarem em juízos categóricos, mas se abrirem à compreensão aberta da lei e da justiça.
Interessante esta reflexão, pois, inobstante se aprender exaustivamente nos cursos de Direito aquilo que prega o EOAB que não há hierarquia entre os elementos do sistema acusatório (acusação, defesa e julgamento), na prática, os juízes insistem em fazer a sociedade acreditar que eles são superiores. É claro que aos juízes lhes é dado o legado de julgar a causa, mas somente quem acompanha um processo, especialmente o criminal, percebe notadadamente o desequilíbrio e que, não raro, esmaga a liberdade de defesa, a qual deveria estar em pé de igualdade com as outras funções da Justiça.
O des. Lourival é um bom juiz na teoria e na prática. Trata-se de um magistrado extremamente garantista.
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