Ao terminar de ler o livro Sobral Pinto, o advogado, percebi com mais clareza que a espiritualidade, que a religiosidade é uma preciosa fonte de energia para atuação do advogado. Nela se pode encontrar independência, orientação, coragem, vigor, alento, esperança...
Veja a resposta que Sobral Pinto deu a Luis Carlos Prestes, famoso comunista brasileiro e antigo cliente seu, que em determinada oportunidade afirmou que fé e ciência eram incompatíveis.
"Uma palavra final. O sr. teve, no decorrer das horas mais amargas de sua vida, a prova de que a fé religiosa faz de um homem crente uma força indomável e destemerosa, que afronta riscos e perigos para fazer prevalecer a virtude da Justiça, que emana diretamente da crença desse homem.
O sr. sabe ainda que esta fé religiosa deu alento, coragem e estímulo a este que vos fala, que a lei pôs ao seu lado, para defendê-lo contra a sua própria vontade, com toda a lealdade que a dignidade humana exige, e que se fez, no decurso dos anos, amigo sincero seu e dos membros de sua família.
Pode continuar a dispor, como nos anos terríveis do Estado Novo, dos serviços desinteressados deste que se fez, para sempre, seu amigo e que espera poder abraçá-lo, um dia, no seio eterno de Deus, quando a fé voltar de novo a alimentar-lhe o espírito, enriquecido pela humildade e arrependido do orgulho que , hoje, o afasta de seu criador."
Foi a força da fé que fez de Sobral Pinto um advogado espiritualizado, um modelo, um exemplo, um paradigma de nossa nobre profissão. Foi chamado de muitas maneiras: o advogado dos advogados, o advogado das liberdades, o defensor dos direitos humanos, a consciência do Brasil, o advogado universal.
E de onde vinha toda a sua pujança, toda a sua bravura, toda a sua independência? Vinha da fonte da espiritualidade, lugar de sublime riqueza, que os grandes advogados tiveram a bênção de encontrar, de encontrar e de reconhecer o seu valor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário