quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Diferença entre eloqüência e eloquência

Com a reforma ortográfica, o trema já é coisa do passado.

Mas não na palavra eloqüência, pelo menos quando nos referimos à verdadeira eloqüência.

Ela tem trema tanto na fala quando na escrita. O trema dá uma beleza natural e inexplicavél a esta palavra. Sem trema ela perde o vigor, o brilho, a força, a importância, o poder.

Adaptei-me em grande medida a todas as palavras que sofreram modificações com a reforma ortográfica, até mesmo com o acriano, tão combatido; mas com a palavra eloqüência continuarei usando-a à moda antiga, e à moda dos antigos. Não vou fazer vestibular, não vou prestar concurso, não vou disputar nenhuma vaga na Academia Acriana de Letras ou coisas parecidas.

Eloqüência é diferente de eloquência. Uma pessoa pode até ser eloquente, mas não é eloqüente.

A eloqüência é dom, é dádiva da natureza, é a própria estética da vida que se manifesta na comunicação humana. Já a eloquência é artificial, treinada em laboratório, uma flor de plástico.

Essa diferença é real, mas só se percebe pela sensibilidade, pelos olhos da intuição, pelo coração, que é por onde nascem e jorram as palavras da ciência do bendizer.

A eloqüência faz tremer, e quando treme se faz temida. A mentira a teme, a injustiça a teme, o arbítrio a teme, o mal se curva.

Trema de medo ou de encanto, porque a eloqüência quando fala, é como o Uirapurú das nossas matas, todos ficam mudos ao seu cantar.

2 comentários:

Anônimo disse...

sanderson, adorei esta matéria, como sempre vc dá um show na lingua portuguesa, te confesso que tenho aprendido muito com essas suas matérias construtivas.

grata
fatima

Sanderson Silva de Moura disse...

Fátima, obrigado pelas palavras de incentivo.

Continue enviando suas opiniões, sempre boas.

Sanderson