O doutor Gerson Boaventura, zeloso defensor público da Vara do Tribunal do Júri, foi impedido de entrar, por um funcionário, desses de fora, na Penitenciária Francisco de Oliveira Conde, oportunidade que iria conversar com seu constituinte e orientá-lo para o julgamento do dia posterior.
Em digno protesto, o Defensor pediu adiamento do Júri, tendo o apoio lúcido do promotor Leandro Portela, que fez a defesa das prerrogativas dos advogados e de princípios constitucionais.
O carcereiro alegou que a proibição foi um acordo feito entre Laura Okamura, presidente do IAPEN, e Florindo Poerch, Presidente da OAB/AC para que nenhum advogado tivesse acesso aos presos depois das oito horas da noite.
Impressionado com tamanha afronta a legalidade e assombrado com a suposta participação da OAB/AC no acordo, o Defensor Público ligou para o doutor Florindo para clarear o assunto, que de pronto negou que tenha feito qualquer tratativa a respeito.
A ação do carcereiro ou de quem tenha sido evidencia a prática do crime de abuso de autoridade, devendo a OAB/AC agir energicamente, caso não tenha, como acredito, participação em tão desonroso ato.
A excessiva aproximação da OAB/AC, os paparicamentos, temos dito isso, com algumas autoridades, finda comprometendo a independência de nossa Seccional.
A nova administração, com tantos avanços, precisar reavalizar alguns rumos, sob pena de naufragar, de perder a credibilidade, de perder o apoio da classe dos criminalistas.
Mantenho meu apoio a atual direção da OAB/AC, mas ele não é incondicional nem ilimitado. Meu partido é a advocacia.
Diálogo institucional, sim; servilismo, não!
Um comentário:
vc tém razão quando uma entidade como a OAB começa receber favores de setores do governo, não tém moral de cobrar nada, fica amarrada de pés e mãos.
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