Quando Mário Covas morreu, em 2001, aos 70 anos, o jornal Estadão veiculou uma reportagem biográfica a respeito do famoso político brasileiro, vice-presidente da UNE em 1955, um dos fundadores do MDB, deputado federal cassado pela Ditadura Militar, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, uma referência ética na política brasileira.
Nessa matéria jornalística, é revelado um grande sonho que o engenheiro Mário Covas desejava realizar antes de morrer, mesmo com idade longeva: se formar em direito e atuar no tribunal do júri. Um sonho bem condizente com a sua personalidade forte, com o seu estilo viril, com o seu caráter ético e a sua oratória destemida.
Sem sombra de dúvida, Mário Covas admirava os grandes tribunos do Conselho Popular: Evaristo de Morais, Dante Delmanto, Evandro Lins e Silva, Valdir Troncoso Peres e tantos e tantos outros gigantes da oratória forense. Como político perseguido pela Ditadura Militar, testemunhou a corajosa e elevada atuação dos criminalistas na defesa dos presos políticos, e passou a nutrir ainda mais seu profundo sonho de fazer parte desta grande confraria, dessa grande magia, que é a advocacia em seu esplendor.
Uns acreditam e outros não acreditam que o homem retorna várias vezes a terra para continuar sua caminhada evolutiva, realizar seus sonhos, seus desejos, suas utopias. Esse não é o ponto central do texto. Mas se caso Mário Covas retornar em algum lugar onde exista júri, como no Brasil, ganharemos um grande advogado de júri, capaz de iluminar ainda mais nossa história, de engrandecer ainda mais o Tribunal do Povo, de abrilhantar ainda mais nossas tradições.
Como se forma um advogado de júri? Começa assim, como Mário Covas, com um profundo desejo de ser um.
Um comentário:
Sanderson também tenho o sonho de me formar em direito, porém a idade se avança a cada dia e me faz não tomar a decisão.
O que você me diz?
Fatima
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