Está certo Heráclito: "Ninguém se banha no mesmo rio duas vezes". A vida passa, as coisas mudam.
Todo grande livro, toda grande história, sempre tem algo de novo a ser explorado.
Couture fala num tal de sentido transcendental da profissão.
E afirma que a advocacia é um exercício constante da virtude e que o advogado ao defender exerce uma função quase divina.
Diz ainda que o direito legislado não abrange todo o direito, há outras formas de normatividade que estão além dos códigos, do material.
Há um direito visível e um direito invisível, um direito denso e um direito sutil, quântico.
A advocacia transcendental é aquela movida pelo ideal, para além da mercadologia profissional.
No confronto entre a lei e a justiça, ela opta pela justiça, não se vende, não se conspurca, não se corrompe, não se intimida, não se acovarda.
Ela é modelo, ela é força, ela é arte, ela é pura energia espiritual.
Todos os grandes advogados do passado sentiam e sabiam da existência dessa força transcendental oculta que move e torna grandiosa a profissão.
Quando Jesus tomou a defesa de Maria Madalena, ali a advocacia transcendental manifestou-se em todo seu esplendor.
Para além dos códigos, para além das falsidades, para além dos interesses, para além das opiniões.
Trouxe uma nova tese que não estava escrita em lei alguma: "quem julga tem que ser melhor de que quem está sendo julgado".
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