terça-feira, 9 de setembro de 2008

O equilíbrio do criminalista

Tudo na vida exige a prática do equilíbrio.

Entendo-o também com outros nomes: autodomínio, autocontrole, domínio-próprio.

Sua origem etimológica é esclarecedora, faz parte mesmo do conceito de justiça. Equi significa igual; libra significa peso. Pesos iguais. É a balança. É a estabilidade. A medida certa.

Aparece na Bíblia como um dos dons do Espírito Santo.

O advogado criminalista, o verdadeiro, é um homem em constante exercício do equilíbrio.

Vive sob fortes pressões. Da mídia, da sociedade, da causa, dos clientes, das autoridades. Sem o equilíbrio ele sucumbe no mar revolto das paixões e dos interesses. Tem que colocar seu peso para equilibrar os lados.

Sangue, violência, vida, liberdade, prisão, dor, angústia, ódio, raiva, injustiça, loucura, medo, amor, todos esses elementos são reais nas amorfas páginas de um processo.

Um advogado sem equílibrio não consegue se manter firme nas procelas de um caso criminal.

Analisando os maiores advogados criminalistas da história em nenhum deles faltou a virtude do equilíbrio, que é o tempero da sanidade, a purificar as outras virtudes do criminalista.

Manoel Pedro Pimentel bem resumiu o equilíbrio nestas magistrais palavras:

"O advogado deve ter a coragem do leão e a mansidão do cordeiro; a altivez do princípe e humildade do escravo; a rapidez do relâmpago e a persistência do pingo d´água; a solidez do carvalho e a flexiblidade do bambu".

Essa frase vale por um livro todo. Tem sido uma espécie de estrela do oriente a orientar minha atuação profissional. Uma frase inspirada, que exige muita transpiração para ser vivida dentro do equilíbrio.

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