quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Orador: filósofo, poeta e ator

Conta Hélio Sodré, em seu livro História Universal da Eloquência, que Demóstenes, o grande orador grego, dizia: "Honro tanto o povo de Atenas que não me atrevo a aparecer diante deles com palavras superficiais". 

Quantos oradores não honram seu público, quantos palestrantes não honram seus ouvintes! Lembro-me que em uma palestra que ministrei, assim iniciei meu discurso fazendo referência ao que disse Demóstenes: "Honro tanto este convite que me foi feito, e honro tanto a presença de todos vocês que não me atreveria a estar aqui sem antes ter me preparado, sem antes ter pesquisado o assunto, sem antes ter me dedicado de corpo e alma ao tema que aqui desenvolverei". 

E comecei a falar das virtudes do orador, e mais uma vez recorri a Hélio Sodré: "O orador perfeito deve reunir as qualidades do filósofo, do poeta e do ator. Poeta, filósofo e ator, eis aí, realmente, do que se compõe a personalidade do homem eloquente. Poeta para deleitar e comover, falando ao coração e ao sentimento. Filósofo, para instruir e convencer, falando à razão e ao entendimento. E ator, para dar vida e vigor às suas palavras, sejam elas dirigidas ao cérebro ou ao coração".

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