Por meio da meditação, do silêncio interior, o homem passa a desenvolver em si uma visão mais clara e penetrante das coisas, uma percepção mais ampla e justa do que acontece em seu redor, uma compreensão mais elevada e humanista da realidade.
A sociedade, em seus vários aspectos, só tem a ganhar quando homens assim, que buscam desenvolver e expandir sua consciência, chegam a postos de liderança, e colocam sua autoridade a serviço do bem comum.
Quero citar aqui, um desses homens, Ayres Brito, um dos ministros do maior tribunal da nação, o STF. Cultiva em si uma autêntica e sublime espiritualidade, holística, ecumêmica, profunda.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, 05/03/2008, ao ser perguntado em que momento definiu seu voto, em sua essência, em favor da Lei de Biossegurança, se foi antes do julgamento, depois de ouvir o procurador-geral e os advogados dos réus, após o voto do relator, em que momento, ele respondeu:
"Vou dizer uma coisa que, diante de uma plateia de acadêmicos, seria interpretado como um recibo de anticientificidade. Faço meditação oriental há 13 anos e aprendi com os místicos mais acatados, como Buda, Cristo, São Francisco de Assis e, mais recentemente, Krishnamurti e Osho. Em suma, eu aprendi nessa literatura espiritualizada que você deve ficar cada momento numa espécie de eterno agora, cortar o cordão umbilical com o passado e com o futuro. Sou uma pessoa muito atenta. Então vou para uma sessão para decidir na hora. Fui decidindo à medida em que os debates ocorriam. Não combinei voto com ninguém nem acho que os outros tenham combinado."
Para mim isso não é anticientificidade, é ciência, é sabedoria. Para se decidir com justiça, há de se saber ouvir, há de se ter atenção, há de se ter sensibilidade, há de se ter inteligência, há de se ter equilíbrio, há de se ter compromisso com a verdade, há de se ter um profundo respeito por Deus. E a meditação faz desabrochar no homem a semente da consciência universal, contendo nela todas as virtudes que o homem precisa para agir com justiça.
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