Existe a poesia daquele que, embora não sendo nenhum intelectual, pretende-se poeta. Tem de tudo, menos a poesia.
Mas existe aquela que é a verdadeira poesia, que é a inspirada, que move homens, que toca o espírito, que ordena, que constrói, que modela, que orienta, que fundamenta, e que por isso é eterna, vale para todos os tempos e em todos os lugares.
Poesia é um assunto muito alto, é a mais nobre manifestação da natureza, da divindade, porque é a revelação da beleza. Pode se materializar na palavra, na música, no gesto. Ela não é criada, ela é revelada.
O verdadeiro poeta não vive a inventar poesia, a procurar palavras no dicionário, a construir frases.
O poeta é poeta em tudo o que faz, em tudo o que ver, em tudo que fala, em tudo que sente, no drama, na tragédia, na comédia.
Ser poeta para mim é ter dois dons: o dom de ver a beleza e o dom de saber manifestar a beleza.
E falo da beleza que não pode ser relativizada. Não falo daquilo que é belo para mim e feio para você. Assim qualquer um pode andar por aí dizendo-se poeta, escrevendo centenas de poesias, rimando versos, artificializando a arte.
Falo da beleza que é bela para todos os olhos, para todos os sentidos.
A flor de plástico nunca terá a beleza da flor verdadeira.
2 comentários:
o intento de teu escrito é muito semelhante, no âmago, ao que vi thiago de melo professar em uma palestra dia desses pela paulicéia casa minha, sanderson.
e para não deixar dormir um dos melhores artifícios da poesia, a antítese (e por que não do direito também) como já o canto popular dos titas diria... as flores de plástico não morrem.
grande abraço e luz na caminhada, san.
diogo
Olá, grande Diogo.
Sei que você ama a poesia. E sua poesia é alta porque vem cantada, no ritmo de sua voz, nas ondas de tua alma.
Fico feliz em ter pensado parecido com Tiago de Mello, um verdadeiro poeta.
Abraços.
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