Para bem falar é preciso ter aprendido a falar bem .
Quem bem fala, fala bem. Mas quem fala bem não necessariamente bem fala.
O bem falar é o carisma, é o coração, é o toque que arrebata, é a palavra que seduz. É a hipnose, a essência, a energia, o espírito, a poesia, a sabedoria.
O falar bem pode ser adquirido, é a técnica, é a aprendizagem, é o estudo, é o aperfeiçoamento, é a busca, é a forma.
A ciência do bem falar é Moisés, é Salomão, é Socrátes, é Jesus, é Buda, é Gandhi, é Luther King.
Isso não quer dizer que falar bem seja coisa fácil. Quem não traz consigo, desde o berço, alguma fragrância da ciência do bem falar geralmente não consegue ir muito longe na ciência do falar bem.
Na ciência do bem falar se busca a verdade, a justiça, o belo, o justo, o coração, a filosofia. Como modelo temos o Sermão da Montanha, de Jesus Cristo.
Na ciência do falar bem se busca o pragmático, o objetivo, a diplomacia, a política, o resultado. Como exemplo maior temos a Oração da Coroa, de Demóstenes.
No jogo diáletico, a ciência do bem falar e a ciência do falar bem, embora mantendo uma visível diferença, interpenetram-se como no amanhecer e no entardecer, onde não percebemos a linha que separa a luz da escuridão.
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