Fiz por esses dias um júri em Cruzeiro do Sul, o meu primeiro naquela comarca.
Na sua vez de falar, o promotor elogiou-me e criticou-me ao mesmo tempo, com muita sagacidade: "Este, senhores jurados, é Sanderson Moura, conhecido em todo o Acre pela sua oratória - cuidado, senhores - pela sua capacidade de vender picolé a esquimó". Mensagem que muitas vezes fazem os jurados ficarem de orelha em pé, ...já prevenidos contra a esperteza retórica do orador e a credibilidade da própria causa.
O júri foi muito bonito, o tema verdade se sobressaiu ao longo de mais de treze horas de julgamento. Iniciei citando uma frase de Osho sobre Buda, para mostrar que a minha bandeira não era o engodo, o subterfúgio, o sofisma: "Das flores da verdade, o perfume da eloquência". E no alto da sala do júri, escrito num belo quadro, as palavras de Jesus, em latim: Veritas liberabit vos - "A verdade vos libertará".
E de posse da verdade, os jurados deram o veredicto, que vem de vero dictum, dizer a verdade, e absolveram o acusado. "Das flores da verdade, o perfume da eloquência".
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