Ainda há pouco estava lendo o livro Advogados e Juízes na Literatura e na Sabedoria Popular, onde o autor da obra, Alberto Sousa Lamy, faz referência ao Dr. Ezequiel Prado, personagem do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado.
O doutor Ezequiel Prado era advogado famoso em Ilhéus, que "quanto mais bebia melhor falava".
Achei isso engraçado porque lembrei-me dos bêbados falantes e de uma experiência que tive já faz algum tempo.
Muitas pessoas, antes de falar, ingerem algum tipo de bebida alcóolica na ilusão de que se expressarão melhor.
Lembro-me de um júri que fiz em parceria com um colega que não era do Acre.
O júri tinha sido suspenso para o almoço. Saímos e fomos almoçar em um conhecido restaurante de Rio Branco.
Chegando lá nos servimos, e logo chegou o garçom nos perguntando se queríamos algo para beber. Respondi que queria um suco de manga. Meu colega falou que depois do almoço a defesa iria ter a palavra, e que por isso ia pedir uísque bem caprichado.
Eu e o doutor Valdir Perazzo, apalesmados com a situação, nos entreolhamos, como a dizer: "Como é que pode, rapaz!". O causídico percebeu nosso desconforto, e logo justificou, em tonalidade poética:
"É para desabrochar a sensibilidade".
Pelo jeito, têm muitos discípulos, o doutor Ezequiel Prado, famoso advogado em Ilhéus, que como ele mesmo achava "quanto mais bebia melhor falava".
Um comentário:
rsrs.Existe?
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