"Cultivar a independência não é tarefa para homens fracos. A advocacia verdadeira só existe para os fortes, para os nietzscheanos".
Segundo Paulo Lôbo, estudioso da ética dos advogados, a advocacia têm quatro características essenciais: a indispensabilidade, a inviolabilidade, a função social e a independência.
A indispensabilidade quer dizer que não há justiça sem advogado. A inviolabilidade significa que o advogado é inviolável no exercício de seu mister. A função social pode ser entendida como o serviço público que o advogado exerce em prol da sociedade e do estado democrático de direito.
A independência é a própria essência da advocacia. O advogado servil, covarde, medroso, puxa-saco, não pode ser chamado de advogado. Cultivar a independência não é tarefa para homens fracos. A advocacia verdadeira só existe para os fortes, para os nietzscheanos.
Conforme mandamento legal, o advogado deve manter a independência em qualquer circunstância, e nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício de sua profissão. Percebe-se, repita, que essa profissão não foi feita para homens de fraca têmpera.
Ser advogado independente é ser herói. As autoridades, os bajuladores das autoridades, os medíocres, são os primeiros a não suportarem a presença do advogado independente, que com galhardia defende a legalidade contra as conveniências e o desrespeito a lei.
Ensina Rui Barbosa: "Não servir sem independência a justiça, nem quebrar da verdade ante o poder". O advogado quando perde a independência perde a própria seiva da profissão, aquilo que lhe é mais caro, mais valioso, mais belo, mais épico.
Sê independente é mandamento legal, ético, jurídico, filosófico, espiritual da advocacia. Tesouro que cada tesoureiro precisar guardar como uma das pedras de maior brilho e valor de nossa grandiosa profissão. Pesa muito nos ombros carregar a independência, mas lembre-se, é um tesouro que nós carregamos.
5 comentários:
Para usar um conceito de um certo jornalista, o advogado deve ser livre e imprevisível, como intelectual que é.
Parabéns pelo blog.
Apesar de advogar e ser daqui do Maranhão sou leitor de seu blog porque bem abrangente. Seus textos são muito generosos, acessíveis e estimulantes. Vi no youtube trechos de seu desempenho diante de um tribunal popular.
Todo advogado sabe a dor e a delícia de ser o que é.
Satisfações.
Ítalo Gustavo Leite.
Acesse notasjudiciosas.wordpress.com
E o que vc acha que é "ser independente" em sentido estrito?
E herói mesmo é aquele que sem prerrogativa, sem posses e pecúnia alguma sobrevive na legalidade de uma moral herdada mantendo-se firme.
Mas a "atitude" de "ser independente", sem dúvida é louvável.
Abs.
Caro Ítalo
Obrigado pelas suas palavras generosoas.
Acessarei o site que você me indicou.
Fico feliz com sua participação neste espaço.
Forte abraço, e que possamos ser amigos.
Sanderson Moura
Edkallenn
Também concordo com você.
Essa indepedência que você fala também é um verdadeiro heroísmo.
Abraços
Sanderson Moura
A vaidade, existente em cada um, é sedenta por louvores, elogios ao ego, a alma não. É leve, bela, sabe o que é certo e busca a justiça. Somente quando nos desprendemos dessas amarras nos tornamos herois de verdade. O advogado incorpora um pouco isso, enquanto os demais preferem segurança e louvores do cargo ele prefere a defesa do inocente e da justiça.
Parabéns pelo blog Dr Sanderson e pelo belo trabalho que vens desenvolvendo.
Maria Clara
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