Ela quase sempre aparece revestida de verdade, e nada mais parecido com a verdade do que a mentira bem articulada.
Como Jesus nos ensinou o Pai da Mentira é o Diabo.
Tem a conhecida frase nazista que não devemos nos esquecer, como forma de nos prevenirmos: "uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade".
Mas sabemos que a "mentira tem pernas curtas".
Para Mário Quintana "a mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer".
É comum a gente ouvir de determinados advogados de que "o importante é a versão e não o fato". Daí para o trabalho desonesto resta poucos metros. Claro que para todo o fato muitas versões dele podem existir. Dizem até que em um processo existem três verdades: a minha, a sua, e aquela que realmente aconteceu.
Dias desses fazia um júri e deparei-me com uma mentira difícil de combater porque bem sustentada, pois segundo alguns "é mais sábio contar uma mentira que parece verdade do que uma verdade que parece mentira".
Levei para o julgamento um livro de Osho, Faça seu coração vibrar, já marcado com a passagem que eu usaria para porfiar contra a mentira. Na minha vez de falar iniciei a defesa lendo o que o filósofo ensinava:
"Uma das qualidades da verdade é que você não precisa se lembrar dela, é impossível esquecê-la. A mentira é algo do qual você tem que se lembrar continuamente, pois há o risco de esquecê-la. Tem que se ter boa memória para mentir, mas mesmo assim, sempre que você fala uma mentira para alguém você precisará mentir novamente e acaba tendo de criar uma série delas. A mentira pari muito, não conhece controle de natalidade".
E assim, a mentira curvou-se a Realeza Verdade. E da Realeza da Verdade nasceu a Justiça.
6 comentários:
Cada juri é único, tem identidade própria. Os argumentos que levantamos a um nãop serve para o seguinte. Por isso é preciso mergulhar na causa, nas provas, nas circunstancias e na verdade. Essa última sim deve está desde a origem de uma causa vitoriosa.
" Buscai a verdade e a verdade vos libertará"
Ele deu a pista para os advogados criminalistas.
Maria Clara
Verdade e mentiras, e justiça e injustiças. Vale levar em consideração a frase de Eurípedes, quando disse que "todo aquele que encobre a própria injustiça debaixo do manto lustroso da eloqüência(sic) merece um grande castigo". Buscar a verdade e expor os motivos do nosso patrocinado (os pontos de vista, como preferir), fazendo-os sensíveis aos despercebidos são os caminhos corretos dessa profissão. Sucesso! Abraço!
A verdade, mais do que em qualquer outra, deve ser a base da profissão do advogado criminalista.
Nas palavras do notável orador de júris Paulo José da Costa Jr : "É necessário crer para convencer"
É quase impossível convencer alguém daquilo que nós sabemos ser uma irremediável mentira.
A omissão pode até ser encarada de forma mais branda, mas deve-se tomar muito cuidado, pois a omissão, muitas vezes, pode retirar de sua causa o caráter de 'bom combate'.
Certo e errado, verdade e mentira, justiça e injustiça... não considero relativos. Todo ser humano, os dotados de pleno discernimento, ao menos, são capazes de diferenciá-los. Se não seguem o 'bom combate' por deviarem-se do certo, do justo ou da verdade, é por ignorância ou malícia. Os ignorantes serão perdoados. Já os outros...
Abraço a todos!
Passo sempre por aqui após concluir a minha leitura dos e-mails e jornais. Aqui encontro o privilégio de desmistificar o juridiquês e focar as ferramentas de comunicação utilizadas pelos magistrados e rede de apoio.
Além disso, a atitude empreendedora do Tarauacaense Dr. Sanderson Moura é um achado para nós, os leigos, ou melhor, cidadãos comuns com sede de novidades criativas em nossas terras e gente amazônicas!
fraternal Abraço,
Professor Dinho da Silva
Dinho da Silva:
Agradeço a suas palavras elogiosas.
E fico feliz com a sua frequencia na leitura deste espaço.
Forte abraço
Sanderson Moura
O ADVOGADO E A VERDADE
Considero a verdade como algo que se confunde com a justiça, mas uma justiça baseada no processo justo, sem uso de influências que privilegie uma das partes num processo.
Agora como se sentiria um advogado que defende um cliente e no final do processo, esse cliente é julgado inocente pela justiça, onde esse era o objetivo maior do operador do direito, a justiça, porém após o julgamento descobre que seu cliente mentiu para ele, mentiu no processo, que os fatos ali expostos eram falsos. Qual seria a atitude desse advogado, agir como nada tivesse acontecido?
A Ética creio que é a prática da verdade, como algo praticado eticamente, e não uma verdade não falseada tido por alguns como verdade “verdadeira”, o advogado é obrigado a ser ético por força de sua profissão, muito mais do que todos os outros.
Não podemos viver de utopia, devemos partir do pressuposto de que nem todos os clientes falam a verdade perante o advogado, aquela verdade buscada pela justiça, e mais, nem todos os advogados falam a verdade a seus clientes. Isso é uma realidade, não podemos esconder de ninguém, não podemos ser hipócritas, e seríamos se acreditássemos no contrário.
Alguns acham que a mentira é válida quando aplicada para defender um cliente, uma pessoa próxima, e até dizem: é só uma mentirinha! Não faz mal a ninguém, foi por uma boa causa. A mentira é mentira, não importa o seu nível de gravidade, não importa a intenção.
Por isso, creio que a primeira disciplina a ser ministrada na academia, seja ela qual for, deveria ser a ÉTICA PROFISSIONAL, pois no primeiro ano, o acadêmico que não suportasse ser ético não sua profissão, desistiria da faculdade e nós não teríamos tantos “profissionais” não éticos, envergonhando a classe.
O advogado deve sim sempre falar a verdade. Essa prática deve começar em sala de aula, quando na academia, deve ser franco com os colegas, consigo mesmo, não se enganando dizendo que está estudando e no final das contas está usando de subterfúgios para passar nas provas, etc. São nas pequenas atitudes que o caráter vai sendo deformado.
Estou no segundo ano do Curso de Direito, tenho muito ainda que aprender. Tenho muita vontade e desejo de aprender pelos meios éticos, praticando a verdade. Quero ser um profissional que seja reconhecido na sociedade e no meio em que vivo por praticar atos verdadeiros, que pratique a justiça, que defenda os seus clientes baseados no código de ética profissional.
Um grande abraço,
MAURILHO DA COSTA SILVA
Acadêmico do 2º ano do Curso de Direito
Licenciado em História
Postar um comentário