sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Aprendendo a advogar com os que sabem

Dedico este artigo a Edinei Muniz que começa a trilhar sua carreira de advogado, e torço para que seja construída com sucesso.

Por esses dias andei lendo o livro Cartas a um jovem advogado, escrito por Francisco Müsssnich, famoso advogado brasileiro na área de direito societário.

Desde cedo, intuitivamente, senti que o segredo de saber advogar estava em ouvir os mestres da advocacia; estudar seus casos, ler suas biografias, escutar seus conselhos, aprender com suas experiências.

Selecionei alguns ensinamentos do livro. Achei-os de bom valor.

"Sou movido pela paixão. Acho que não há advocacia sem paixão, como provavelmente não há jornalismo sem paixão, ou medicina sem paixão, ou teatro sem paixão."

"Dedicação, garra, foco nos interesses do seu cliente, dever de casa, inegociável respeito à ética são pilares para o pleno sucesso em qualquer profissão."

"É preciso ter inteligência emocional, saber a hora de apartar a briga e a hora de mergulhar numa delas".

"O sucesso do advogado depende da habilidade de entender o que leva as pessoas a agir dessa ou daquela maneira. A capacidade de desenhar estratégias e antever as do adversário é um trunfo que diferencia os profissionais do direito".

"A profissão do advogado é multidisciplinar".

"Todos os advogados devem estudar com atenção dramas e comédias".

"Um advogado precisa ver além do direito".

"Há inúmeras maneiras de descrever um ato. Além de dizer alguma coisa, é possível gritar, sussurrar, contar, explicar, comentar, jurar, lembrar, enfatizar, redargüir, contradizer e afirmar".

"Muito marketing, pouca substância".

"Autoconfiança e intuição são trunfos na luta pelo sucesso profissional".

"Ser advogado é ter adversários. É contrariar interesses. Por isso, pratique o autocontrole."

"Jogue limpo, seja ético e só brigue por aquilo que vale a pena."

"O advogado tem que ser um maestro".

"Nada pior do que um opositor incompetente".

E por último, diz Francisco Müssnich, reforçando o que falei no início: "O mais importante fator de aprendizado é o convívio com os grandes mestres".

4 comentários:

Anônimo disse...

"Sou movido pela paixão. Acho que não há advocacia sem paixão, como provavelmente não há jornalismo sem paixão, ou medicina sem paixão, ou teatro sem paixão."

Eis uma verdade! Caro Sanderson Moura, admiro sua capacidade e seu amor pelo o Direito! sou Formado em Jornalismo e nunca atuei nessa area. Já trabalhei( Diretoria Judiciária, Conselho da Magistratura e 4ª Serventia de Reg Civil! e atualmente faço Direito, mas faço porque sou movido pela paixão e gostaria sempre de contar com seu apoio! como diz seu título: "Aprendendo a advogar com os que sabem"

Davi Sahid

Anônimo disse...

Confesso tomar conhecimento dos ensinamentos de Francisco Müssnich neste momento. Mas ao lê-los recordei de um livro que li chamado ‘Eles, os Juízes, Vistos por Nós, Advogados’, que acredito ser de seu conhecimento, de autoria do processualista italiano Piero Calamandrei, um mestre da eloqüência. Neste livro o autor demonstra com uma clareza ímpar as virtudes e os defeitos de duas partes opostas, mas irreversivelmente ligadas pela finalidade profissional, que acabam por completar-se: o Juiz e o Advogado. Em um trecho voltado especificamente para o Advogado, o nobre jurista comenta o jargão latino “habent sua sidera lites”, dizendo:
“Significa, em substância, que a Justiça é uma coisa que não deve ser tomada a sério. Mas tu, jovem Advogado, não te agarras a essa fórmula de vã resignação, enervante como um narcótico; rasga a página onde a encontraste escrita e, quando aceitares uma causa que te pareça boa, atira-te ao trabalho com fervor, com a certeza de que aquele que tem fé na Justiça consegue, mesmo em oposição aos astrólogos, fazer mudar o curso das estrelas.
Para encontrar a Justiça é necessário ser-lhe fiel. Como todas as divindades, ela só se manifesta àqueles que nela crêem”.
Ambos os autores descrevem virtudes e defeitos dos Advogados. Ambos demonstram a finalidade do Direito que, nas palavras de Ihering, é a paz, traduzida neste momento como sendo a Justiça. Lemos obras de tão nobres juristas pelo simples motivo de serem eles mestres naquilo que se propõem ou se propuseram a fazer, sendo uma obrigação nossa, tal qual você menciona, aprender com eles para que, quem sabe um dia, alguém aprenda conosco.
Parabéns pelos posts.
Um abraço.

Sanderson Silva de Moura disse...

Caro João Arthur gostei muito do seu comentário, bem coerente.

Caro David Sahid, conte comigo. Se você é movido pela paixão com certeza conseguirá trilhar com sucesso sua carreira. Q

Quando falo em paixão, falo em entusiasmo, em amor, em dedicação, em empolgação, na força que nos move para alcancarmos um ideal.

Abraços.

Anônimo disse...

Acredito que essa paixão é um requisito mais que lógico para o sucesso em qualquer carreira, como bem mencionou Francisco Müssnich. Mas acredito, sem desmerecer as demais profissões, que em se tratando de profissões como as que derivam do Direito a paixão deve ser levada ao extremo, uma vez que encaro o Direito não apenas como uma ciência, mas como a lança e o escudo de uma sociedade. E como tal, capaz de transformá-la.

O que está em jogo no Direito , muitas das vezes, é a liberdade de alguém ou a reparação por uma lesão a um direito, o que por si já dá aos profissionais da área uma responsabilidade equiparada, por exemplo, ao médico, grandioso em salvar vidas.

A paixão é requisito básico da profissão, mas também é o diferencial para o sucesso, a medida que um advogado apaixonado pela profissão e comprometido com a causa consegue obrar verdadeiros milagres.

Abraço, Sanderson!