E pergunta-se: quantos erros não são cometidos usando-se sofismas, falácias matemáticas? Quantos erros não são cometidos usando a autoridade dos números, das probabilidades, da lógica dedutiva, no dia a dia das empresas, da política, da propaganda e até dos julgamentos, como estratégias de manipulação?
Certa vez um promotor divulgava no júri que a vítima tinha recebido 4 facadas. Eu dizia que ela tinha recebido só 1, que as outras 3 facadas de que falava o promotor era manipulação dos números; eu explicava ao Conselho de Sentença que as outras 3 facadas, na verdade, eram arranhões decorrente do confronto físico entre réu e vítima - da dinâmica dos fatos.
Existiria repercussão na decisão dos jurados se realmente fossem 4 facadas desferidas na vítima. O júri entendeu que foi 1 apenas e reconheceu a tese da legítima defesa. Esse livro que estou lendo, A Matemática nos Tribunais, de Leila Schneps e Coralie Colmez, é muito interessante: ele fala de dez julgamentos onde o emprego errado da matématica foi crucial para o cometimento de erros judiciários.
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