Excelentíssimo senhor doutor desembargador relator...
Inclítos julgadores
Douto procurador de Justiça
Meu Deus, tantos adjetivos impróprios, quantas saudações imerecidas.
Lembrei do que disse Pedro Paulo Filho no livro Advogados e Bacharéis, os Doutores do Povo, referindo-se ao conselho que o advogado português Ari dos Santos deu ao seu filho sobre a advocacia:
"Ensinam-te que podes falar com altivez, liberdade e maior soma de isenções, mas se deixares de chamar meritíssimo a juiz quem não tem mérito algum; se deixares de alcunhar de douto um despacho que é um amontoado de disparate; se deixares de fazer preceder o agente do Ministério Público de um digníssimo servil; se deixares de dar excelência a quem, por vezes, só é excelente no erro, não podes ir muito longe".
São mentiras diplomáticas forenses.
Um comentário:
Uma verdade amarga!
Falo por experiência própria. Certa vez, enquanto estagiário, tive de emendar uma peça por mim redigida sob a alegação de que faltava a declaração de insuficiência de recursos, mas no fim do despacho havia uma menção para que na emenda o vocativo fosse correto. Ao invés de "EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUÍZ DE DIREITO" eu deveria colocar "EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO".
Na verdade, a declaração havia sido feita no corpo da peça e fora devidamente comprovada.
Parece lenda urbana, mas não é!
Abraços!
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