terça-feira, 19 de maio de 2009

A eloquencia oculta

"No júri conta muito a eloquencia. A eloquencia não conta só no júri, conta na história da humanidade, ela é construtora da história. Ela é a expressão da alma.

Conta Enrico Altavilla um fato que acho muito curioso de um francês que veio falar a América do Sul e que foi extremamente aplaudido, tornou-se um ídolo falando em francês, que pouco gente entendia.

Há uma linguagem ostensiva e uma linguagem secreta. Há uma percepção da alma do homem que se projeta quando ele fala.

Os jurados podem perder o que significa uma frase, o que significa outra frase, mas eles captam o pensamento e são capazes de intuir aquilo que eu sinto, aquilo que eu transmito.

Existe uma forma subliminar de comunicação.

Há uma reciprocidade de comunicação subjetiva até dentro do silêncio."


Valdir Troncoso Peres

2 comentários:

Anônimo disse...

O saber falar bem é um dom dado a poucos. Na nossa profissão é crucial, determinante, mas só se fala bem quando se tem algo a dizer.
A escrita me seduz mais que a fala, por isso me restrinjo às petições deixo o juri para que brilhem meus colegas com o dom da oratória.
DicKens, escritor inglês, conseguiu resolver esse problema de forma genial unindo dois advogados brilhantes - um escrevia com maestria toda a argumentação da defesa e o outro a defendia no Tribunal do Juri, como um leão.
Um romance que vale a pena ser lido e relido "Um Conto de Duas Cidades"

Aliás Charles Dickens sempre trás advogados inspiradores em seus romances "Grandes Esperanças" também é formidável.

Maria Clara

João Arthur dos Santos Silveira disse...

Enrico Ferri, citado em diversos posts deste blog, também nos oferece pensamentos preciosos sobre isso:
"A eloquência é o talento de transmitir com força ao espírito dos outros, o sentimento de que o orador está possuído."

A meu ver, a beleza da eloquência está, entre outras coisas, na sua isonomia, por assim dizer. Sim, pois a eloquência independe de cultura, religião, fator social ou político. São as convicções do orador expostas para informar, convencer, entreter e persuadir quem ouve.
O dom da palavra é algo absurdamente maravilhoso. Impressionar os sentidos alheios por exprimir com clareza suas idéias é uma arte.

Como já disse aqui: "Crer para convencer."

Gostei muito do comentário de Maria Clara.

Abraços!