Conhecer a vida de grandes advogados, suas causas, seus sonhos, suas glórias e derrotas, eis uma de minhas constantes leituras.
Recentemente foi lançado o livro Grandes Advogados, organizado por Pierre Moreau. Criminalistas, trabalhistas, civilistas, advogados de diversas especialidades falam com paixão da advocacia e deixam ricas e generosas lições que enobrecem nosso ofício.
Como o próprio organizador mesmo diz "deixou de fora muitos outros grandes advogados cujos depoimentos não tive a oportunidade de colher, alguns por incompatibilidade de agenda, outros por desconhecimento meu".
Da minha área de atuação, a criminal, foram entrevistados reconhecidos nomes, como os de Márcio Thomaz Bastos, Miguel Reale Júnior e José Carlos Dias.
Thomaz Bastos diz: "A advocacia é uma profissão que permite uma liberdade interior. Ao mesmo tempo em que você trabalha na advocacia, a advocacia trabalha em você". Uma grande verdade. Muitas características que não são minhas, mas da advocacia, fincaram raízes em minha personalidade.
Para Miguel Reale Júnior "o maior desafio que o advogado pode ter é o da criação do direito". É uma sublime sensação quando o advogado começa a ser um criador do próprio direito. Sabemos que teses como a da legítima defesa, a da inexigibilidade de conduta diversa, e tantas e tantas outras soluções jurídicas vieram de mentes brilhantes daqueles que alcançaram o everest da advocacia.
No livro em referência, ao ser perguntado sobre o que recomendaria para um jovem advogado nesses tempos de competição acirrada, respondeu o criminalista José Carlos Dias: "Resistir à tentação do dinheiro pelo dinheiro, vencer o impulso do estrelismo, preservar a ética a todo custo, e aprimorar seu potencial interior".
São muitas e muitas lições, que uma geração vai aprendendo com a outra, que uns vão aprendendo com os outros ao longo da admirável história da advocacia, essa inegostável fonte de conhecimento do direito, essa inegostável fonte de conhecimento da vida.
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