Teve uma época que eu lia muito sobre erro judiciário; muitas vezes, pega-me extremamente emocionado, angustiado, abalado, revoltado. Um erro judiciário é sempre a conjugação, por vezes misteriosa, de muitos fatores.
A Revista Super Interessante, deste mês de outubro, trata do tema, mostrando vários casos de erros da justiça e apontando suas causas. Para mim, o maior responsável por um erro judiciário, quando acontece, é do julgador, aliás, é dele o poder final de decidir sobre a culpa ou inocência de alguém. Não menosprezo outros fatores, como incompetência da defesa, acusação irresponsável, delegado sem ética, testemunha mentirosa, perícia falsa, opinião pública insana, jornalismo sensacionalista, isso e aquiloutro.
No entanto, é do julgador o poder final. Preguiça, preconceito, automatismo, pouca consciência de sua missão ou mesmo incapacidade de examinar as provas com acuidade, estão entre as debilidades morais e intelectuais do julgador, que o levam a praticar tão grave crime contra o ser humano, que muitas vezes, suas consequências nefastas para a fé na justiça, não se apagam durante muitas gerações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário