quarta-feira, 15 de julho de 2009

Esopo: o advogado de si mesmo

Esopo foi o maior fabulista que já existiu.

Ensinava os homens por meio das fábulas, histórias curtas que usam os animais como personagens concluindo sempre com um ensinamento moral, ora expresso ora tácito.

Para o filósofo Aristóteles a fábula de Esopo é um ótimo recurso de persuasão, exatamente pela forte lição que encerra.

Embora possuidor de um formoso espírito, Esopo era feio de rosto, um aremedo de gente, e além disso era gago. Por essa condição foi vítima de muitas chacotas e brincadeiras pesadas, principalmente daqueles que o ojerizavam.

Conta La Fontaine, outro memorável fabulista, que certo dia o patrão de Esopo foi visitá-lo, e no caminho recebeu algumas frutas de presente, e quando lá chegou ordenou a um de seus servos que as guardasse para que quando retornasse de um delicioso banho pudesse saboreá-las.

Alguns vizinhos da redondeza, aproveitando a situação, às escondidas, comeram as frutas, atribuindo o furto a Esopo, certo de que ele não conseguiria se livrar da acusação, gago que era e idiota que parecia.

O castigo inflingidos aos escravos faltosos era desumano, ainda mais o crime imputado a Esopo.

Quando seu patrão soube do ocorrido sentenciou Esopo, mas este se jogou aos pés do amo pedindo que lhe concedesse a graça de adiar os castigos por um instante.

Tendo-lhe sido concedido a graça, Esopo correu a buscar água morna, bebeu na presença do amo, enfiou o dedo na garganta e vomitou apenas água.

Apresentada a convincente defesa, Esopo pediu para que o amo ordenasse que os outros fizessem o mesmo, o que causou grande surpresa, sendo inacreditável que tal idéia partisse de um homem com aparência tão ignorante.

A ordem foi dada. Os verdadeiros culpados tiveram que beber água morna e enfiar o dedo na garganta, e como não poderia deixar de ser, as frutas saíam pelo vômito dos impostores, ainda em estado bem aparente.

Esopo salvou-se e os acusadores foram duplamente punidos, pela gulodice e pela maldade.

Um comentário:

Anônimo disse...

olá, gostei da postagem sobre o Esopo, eu particulamente uso fábulas para compreensão de ídeias, quando álguem me pede um "conselho" uso sempre fábulas, fica mais fácil a interpretação. Como acadêmica de direito usarei teu blog como uma fonte...

att. Manoela Araujo