Seus livros foram queimados em praça pública. Ele foi acusado de ateísmo e de corromper a juventude - as mesmas acusações proferidas contra Sócrates anos mais tarde. Pressionado para fugir de Atenas, morreu num naufrágio próximo a região da Itália aos 70 anos.
Era amigo íntimo do grande estadista Péricles, e gozava da admiração do jovem Sócrates, que o achava o homem mais belo da Grécia devido a sua grande eloquência e presença de espírito.
Em um dos seus livros, Discursos Demolidores, coloca o homem no centro do debate político e filosófico, ao mesmo tempo que questiona os portadores das falsas verdades absolutas: "Ántropos métron pánthos", "O homem é a medida de todas as coisas; das coisas que são como são e das coisas que não são como não são".
Faz desta poderosa premissa, influenciado por Heráclito e Demócrito, a base sólida de sua filosofia e de sua imbatível oratória. No livro Dos Deuses, numa época em que não acreditar neles era crime, diz Protágoras, o mais velho e mais célebre dos sofistas: "Sobre os deuses, não sei se existem ou não existem. O tema é muito difícil e obscuro, e a vida é breve para perder tanto tempo nessas indagações".
Um homem de ideias atualíssimas, num mundo onde tantos querem ser portadores de verdades absolutas e inquestionáveis, onde tantos querem impor aos outros suas crenças, seus deuses, seus ídolos, sua fé, sua maneira de ser e de pensar.
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