sexta-feira, 4 de julho de 2008

Um bate-papo com Jorge Viana

Encontrei dificuldade em dar um título para esse escrito. Na política, qualquer palavra pode ser interpretada erroneamente.

Seu eu tivesse dito Uma conversa com Jorge Viana, já diriam: "eles estão se encontrando".

Se optasse por Um encontro com Jorge Viana, especulariam: "eles estão de conversa".

Ontem a noite, enquanto se esperava o início do espetáculo da Escola Dançando no Ritmo, Jorge Viana entrou no Tetrão, muito simpático e saudando a todos. Tanto a sua filha como a minha faziam parte das apresentações.

Ao avistar-me, o ex-governador veio me cumprimentar. Trocamos algumas frases, sob os olhares atentos de muitos, talvez achando estranho aquela troca de cordialidades, entre dois adversários.

No intervalo da Festa conversamos mais longamente, enquanto ele comia um quepe e eu, uma pipoca. Falamos exlusivamente de política, e a conversa só não se esticou mais porque a apresentação já tinha reiniciado. Novamente, as pessoas estranharam o colóquio.

Nunca Jorge Viana me tratou com desrespeito; seus chefetes, sim. Em várias oportunidades que nos encontramos, casualmente, o tom sempre foi muito pacífico.

Sempre reconheci o talento, a luz-própria, a liderança, o carisma, o gênio forte e a inteligência do ex-Governador. Tenho muitas críticas a ele, e são públicas.

Os meus ex adversos sabem que sou adversário leal. Muitas intimidades já me foram reveladas e eu já revelei algumas também, mas isso é sagrado entre verdadeiros adversários, não se usa como arma de guerra, em nehuma oportunidade.

É melhor ter adversários leais que amigos desleais. Voltaire, já dizia: "Deus me proteja dos meus amigos, porque dos inimigos cuido eu".

Aqueles que me conhecem sabem que sou flexível, sem ser frouxo. Muitos problemas são solucionados na base da diplomacia, da conciliação, da conversa, sempre realizadas na faixa da nobreza, como os guerreiros antigos. Palavra é palavra. Acordo é acordo. Sigilo é sigilo.

O maquiavelismo não me seduz, ele só é aplicado no nível mais baixo da política, da qual eu não tenho o menor interesse.

Essa conversa, esse encontro, esse bate-papo com o ex-governador foi muito bom. Bom para saber que ele é ele, e eu sou eu. Nossa relação não é de servilismo, de vassalagem, mas de respeito. Na vida, sempre existem encontros, desencontros e reencontros, e é o Destino quem vai decidindo essas coisas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro amigo Sanderson (Décio) fico muito feliz em acompanhar o seu desempenho e as suas vitórias nessa trajetória difícil dos honestos.
Você, sua firmeza e a sua luz deve orgulhar muito os Tarauacaenses.
Um abraço

Accioly

Sanderson Silva de Moura disse...

Accioly, para que não sabe, foi meu professor de matemática na 5ª série. Líder sindical e experiente comunicador de rádio, além de muito inteligente e amigo.

Em Tarauacá sou conhecido como Décio, porque meu nome termina em Derson, com o tempo ficou Décio.

Quando minha mãe dizia: "sobe Marco, Déci e Lene", o Marco subia a Lene descia e permanecia onde estava. Na verdade ela estava mandando todos os seus filhos subirem, tomar banho e ir dormir.

Accioly é homem honesto e tenho o maior respeito por ele.

Um forte abraço amigo Accioly

Sanderson Silva de Moura disse...

Errata, leia-se: ".. a lene descia e eu permanecia no mesmo lugar".