Enquanto aprecio meu café matinal, leio uma edição especial da Revista Super Interessante intitulada A Ciência da Mentira.
E como não poderia deixar de ocorrer, um capítulo todo é dedicado aos advogados. Não é que os advogados não mintam, o que não é exclusividade da profissão, é algo inerente a natureza humana - lembremos de marqueteiros, políticos, e de nós mesmos no nosso dia a dia - mas lembrei-me da aguçada reflexão de Piero Calamandrei, no livro Eles, Os Juízes, Vistos por Nós, Os Advogados:
"O advogado, tal como o artista, pode ter o dom de descobrir e revelar os mais inesperados e os mais secretos aspectos da verdade. Pode por isso dar aos profanos - que não têm idêntica faculdade - a impressão de que os fatos que relata com amorosa fidelidade são de sua invenção. Mas o advogado não altera a verdade se consegue tirar dela aqueles elementos mais característicos, que escapem ao vulgo. Não é justo acusá-lo de trair a verdade quando, pelo contrário, consegue ser como o artista, seu intérprete sensível".
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