quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Julgando com óculos escuros

Aqui e ali, em muitos tribunais do Brasil e em salas de audiências, vemos julgadores dando veredictos em sessões públicas da justiça com óculos escuros no rosto. Isso tem me feito respirar profundamente.

Justiça não é olho por olho, mas é olho no olho. Em respeito ao princípio da transparência e diante do princípio da publicidade os jurisdicionados e as partes têm o direito de ver os olhos de seus juízes.

Por ser a advocacia uma ciência dos relacionamentos sociais, precisamos que tanto nosso olhar como o olhar do outro estejam num campo de visão acessível à observação, à analise, ao exame, pois como diz a sabedoria, os olhos são espelhos da alma, são eloquentes discursos daquilo que vai em nosso interior.

Talvez possa ser até alguma necessidade de tratamento oftalmológico - o que se justifica - não sei se é isso mesmo, mas o que acontece é que alguns parecem gostar da ideia e prolongá-la no tempo.

Dormir, chorar e todos os movimentos dos olhos que revelam pensamentos e sentimentos são possíveis de se ocultarem atrás de um par óculos escuros. Nada contra quem usa óculos, mas tem os devidos momentos para isso. Justiça é claridade!

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