Górgias foi um sofista do século V a. C que escreveu um belo discurso intitulado Elogio a Helena.
Em seu texto, em tom forense e poético, o grande orador busca resgatar a honorabilidade de Helena, a mulher mais cobiçada, bonita e sensual que a Grécia conheceu.
Para Górgias, Helena traiu Menelau sucumbida pelo poder do verbo sedutor de Páris, que a privou de sua razão. Páris era um jovem de grande beleza e de grande habilidade com as palavras, e esse carisma, e esse charme, lhe dado pela deusa Afrodite, de tal maneira envolveu Helena, que ela se rendeu à magia de sua sedução.
Diante do encantamento da Persuasão, Górgias vai expondo em seu texto o poder que as palavras têm para enfeitiçar, fascinar, iludir, destruir, enganar, conduzir a alma. A força persuasiva dos argumentos de Páris, despertou em Helena os desejos mais profundos e as imagens mais irresistíveis e ardentes do amor, o que fez escassear a energia de seu juízo.
Górgias defende que a Persuasão tem o mesmo poder do destino, e que, portanto, Helena padeceu em sua alma devido aos enganos da Persuasão, e não por voluntária decisão de seu espírito.
Conta a história que Helena caiu em grande arrependimento, e que depois de resgatada pelos gregos em Troia, numa longa e sangrenta guerra, voltou a sua pátria e viveu uma vida real e feliz com seu esposo.
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