terça-feira, 29 de novembro de 2016

Silêncio filosófico

Dentre os muitos sábios do mundo grego, que aprecio, está Plutarco, filósofo, prosador e historiador que viveu na Grécia e em Roma no início da Era Cristã. 

Muito do que sabemos sobre a Antiguidade Clássica, sabemos por meio de seus escritos. Como ele mesmo diz, "Desconhecer a vida e a doutrina dos homens sábios da antiguidade é permanecer parado na infância do pensamento". 

Para um orador, ele é sempre fonte de muita inspiração. Plutarco escreveu a famosa coleção 'Vidas Paralelas', onde conta a vida de algum homem ilustre da Grécia, comparando-a com a vida de outro homem ilustre de Roma. 

Um destes livros da coleção é intitulado 'Demóstenes e Cícero', uma preciosidade para quem quer entender o poder e a glória da retórica grego-latina. 

Mas quero destacar, aqui, o livro 'Sobre a Tagarelice'; uma leitura relevante para o homem que quer crescer em sabedoria. Plutarco expõe o tagarela, suas manias, suas impertinências, sua superficialidade, sua logorreia, sua incômoda prolixidade, e louva a inteligência do silêncio, o falar breve e penetrante. 

Ele faz uma exortação: "Aquieta-te, tagarela, não percebes que no silêncio há algo de filosófico, venerável, de pleno, de belo, de íntimo, de sagrado, de religioso, de sábio?". 

Plutarco diz que o homem que sabe cultivar o silêncio desfruta de uma educação nobre. Do tagarela, todos querem distância. 

E concluo este pequeno texto com outra frase do sábio pensador grego: "Ao vê um orador falando de forma condensada e penetrante, saiba que por trás daquele homem existe uma grande reverência ao silêncio".

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