Às vésperas de um encontro nacional dos criminalistas brasileiros tomo a liberdade de narrar um episódio de minha vida profissional que muito me deixou honrado.
Certo dia uma família acriana de boas condições financeiras viu um de seus entes queridos ser submetidos a júri popular. Depois de muita pesquisa por nomes de advogados para realizar a defesa chegaram a dois nomes: o do famoso criminalista Márcio Tomas Bastos e o meu nome. Claro que um dia quero chegar a estatura de Márcio Tomas Bastos, foi um dos meus inspiradores.
A família poderia muito bem tê-lo contratado, tinha condições para tanto; ele era uma sumidade nacional, o homem do júri do Chico Mendes, o todo poderoso ex- ministro da justiça do Lula; mas chegaram a conclusão de que por eu ser do Acre e conhecer como o jurado acriano julga - e acredito eu por ter sido os honorários muito mais em conta, e pela maioria dos familiares e amigos e pessoas do meio jurídico terem preferido o meu nome - fui contratado para a causa. Resultado, ganhei o júri.
Uma grande responsabilidade foi jogada em minhas costas. Se tivesse perdido o júri, a primeira coisa que diriam seria: "Taí o que deu trocar um nome como o do Márcio Tomas Bastos pelo Sanderson Moura". Ganhar o júri foi difícil, mas muito mais difícil foi ganhar de Márcio Tomas Bastos.
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