terça-feira, 21 de setembro de 2010

As 3 coisas que um homem deve fazer

Desde muito pequeno escuto o ditado que diz que um homem deve fazer três coisas na vida, plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.

Plantar uma árvore é fácil.

Ter um filho fica por conta da natureza, que tece suas complexas engenharias na eterna movimentação da vida.

Já fiz as duas. Estou providenciando a terceira.

Ver seu livro ganhando vida é uma felicidade merecidamente incluinda entre as três coisas que um homem deve fazer.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sanderson...

Vez ou outra dou uma passada por aqui, só tenho o cuidado prá minha presença não incomodar.
Então com relação "As 03 coisas que um homem deve fazer", lí uma crônica "O silêncio das àrvores" a qual posto aqui prá você dar uma lida.

Nostradamus


Crônica: O silêncio das árvores
“E o eterno Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comer, e a árvore da vida estava no meio do jardim...” (Gênesis - 2:9).

As pessoas são aquilo que elas amam, afirma o educador Rubem Alves numa das suas saborosas crônicas que tenho o prazer de degustar com mel, frutas e pão quentinho durante o meu café da manhã. Assim como alimento meu corpo com o cardápio matinal também nunca esqueço de alimentar minha alma com as palavras dos escritores e poetas. “Muitas pessoas levam cães para passear; eu levo meus olhos para passear. E como eles gostam. Encantam-se com tudo!”, afirma o cronista. O mundo é para ser visto e não para pensarmos nele. Os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma. Meus olhos se espantam com tudo que veem. Vejo e quero que os outros vejam comigo. Por isso escrevo. Faço fotografias com palavras. Minhas crônicas são fotografias. Escrevo para fazer ver, explica Rubem Alves. Por que não ouvir com os olhos o silêncio das árvores que vivem entre nós?

Foi com essa intenção que um cronista de Bariri, carinhosamente chamado pelos amigos de Cavinha, escreveu o texto A Última Florada. Nele as palavras tornam-se imagens na hora que começamos a ler. “Este ano o ipê roxo da praça não floriu... Deixou-nos frustrados!”, escreve Cavinha. Ele relata que ao passar pelo jardim parou próximo do tronco do ipê e ficou observando seus galhos secos e sem folhas. Que esses galhos lembravam mãos esqueléticas apontando seus dedos para o céu, quem sabe dirigindo ao Criador uma oração ou súplicas. E o cronista poeta pergunta: O que aquela árvore poderia estar dizendo, pedindo ou reclamando? Estaria ela somente sofrendo as agruras deste tempo seco?

O escritor recorre à própria memória para relembrar o dia em que o ipê roxo da praça de Bariri foi plantado. Escreve que a árvore cresceu saudável, presenteou Bariri com lindas floradas, aconchegou em seus galhos infinitos ninhos de passarinhos, “oferecendo-lhes também um lugar seguro para interpretar seus cantos, como se fosse um palco”. Cavinha, então, conta como era o dia-a-dia do velho ipê roxo que se tornou um dos símbolos mais preciosos da cidade até chegar ao ano de 2010. O ano que ele não floriu. Estaria doente?, pergunta o cronista.

“Se pudéssemos perguntar o porquê de sua tristeza, a resposta poderia ser:

- Estou com sede...

- Ninguém mais cuida da praça.. O jardim está esquecido...

“Tomara que o ipê roxo da praça esteja somente esperando a chuva para brotar novamente. Tomara que a florada do ano passado não tenha sido a última”, finaliza o cronista de Bariri.

As palavras dele denunciam um problema sério. Com o crescimento das nossas cidades estamos esquecendo do valor que uma árvore tem. Ela é viva como um pássaro, um cão, um homem. Mutilar ou derrubar uma árvore é cometer um crime, um atentado contra a vida criada por Deus.

Vamos levar nossos olhos para passear como sugeriu Rubem Alves. Temos tanto para ver e não calar

Sanderson Silva de Moura disse...

Amigo Nostradamus

Sua visita a este blog é sempre motivo de alegria para mim.

Ainda mais você, que tem uma afinada percepção das coisas.

Gostei da crônica.

Abraços

Sanderson